EUA investigam importações de fármacos e chips para aplicarem novas tarifas

Departamento do Comércio vai avaliar implicações das importações de fármacos e de semicondutores para a segurança nacional. Trump já avisou que irá anunciar novas tarifas esta semana.

O Departamento do Comércio dos EUA iniciou duas investigações às importações norte-americanas de produtos farmacêuticos e de semicondutores, numa decisão que antecede a aplicação de novas tarifas por Donald Trump sobre estes setores. Portugal está particularmente exposto nas exportações de medicamentos.

A informação consta de dois documentos oficiais publicados segunda-feira no portal do jornal diário do Governo dos EUA. De acordo com um dos documentos, “o Secretário do Comércio iniciou uma investigação para determinar os efeitos na segurança nacional das importações de produtos farmacêuticos e ingredientes farmacêuticos, incluindo medicamentos acabados, contramedidas médicas, componentes críticos como substâncias ativas, materiais iniciais essenciais e produtos derivados desses itens”.

O segundo documento determina a abertura de outra investigação sobre as importações norte-americanas de “semicondutores e de equipamento de fabrico de semicondutores, e seus produtos derivados”.

Ambos os procedimentos foram iniciados a 1 de abril e podem demorar até 270 dias a produzirem conclusões, segundo a Bloomberg. Mas a Administração Trump já sinalizou a intenção de impor estas tarifas setoriais bem mais cedo. As duas investigações incluem um período de consulta pública de 21 dias a contar a partir de 16 de abril, data em que está prevista a publicação dos dois documentos no jornal oficial.

O presidente dos EUA garantiu no domingo que irá anunciar a taxa que incidirá sobre as importações norte-americanas de chips ao longo desta semana. “Queremos fazer os nossos chips e semicondutores e outras coisas no nosso país”, justificou, citado pela Reuters.

Desde 5 de abril que os EUA estão a aplicar uma tarifa de 10% sobre todas as importações, mas os semicondutores e os produtos farmacêuticos estão isentos dessa taxa. Porém, a Administração Trump nunca escondeu a intenção de aplicar tarifas distintas sobre esses dois setores. Por exemplo, a maioria dos chips utilizados nos EUA são importados de Taiwan.

A confirmarem-se, as novas tarifas poderão representar um novo golpe no setor tecnológico dos EUA, depois de, no fim de semana, Trump ter aceitado isentar de tarifas as importações de telemóveis e computadores da China — o que seria particularmente problemático para a Apple.

Quanto ao setor farmacêutico, a aplicação de novas tarifas pelos EUA será particularmente penalizador para a indústria em Portugal. Como nota o Público esta terça-feira, citando dados da AICEP, apesar de 44,5% das exportações portuguesas para aquele mercado estarem a salvo das novas tarifas de Trump, essa percentagem não inclui os medicamentos. E só em medicamentos Portugal exportou 1.167 milhões de euros para os EUA em 2024.

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