Pedro Nuno Santos espera ser ouvido pelo Ministério Público antes da campanha
Pedro Nuno Santos atira: "não me podem comparar a mim com Luís Montenegro". E avisa que "a equivalência que se faz entre políticos destrói a própria democracia".
Pedro Nuno Santos insistiu esta sexta-feira que “não há qualquer tipo de equivalência” entre a averiguação preventiva às duas casas que comprou em Lisboa e Montemor-o-Novo e o caso Spinumviva, que envolve Luís Montenegro. Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do PS sublinhou que, em campanha eleitoral, é importante avaliar o perfil dos candidatos, mas avisou que “a equivalência que se faz entre políticos destrói a própria democracia”. Sinalizou ainda que espera ser ouvido pelo Ministério Público antes da campanha.
“A avaliação dos líderes é fundamental numa campanha. Percebo que o PSD não queira falar do perfil dos candidatos, mas tem de falar. Quando vamos para uma campanha eleitoral, avaliamos um projeto e quem o vai liderar. Não é um tema irrelevante“, começou por afirmar Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas transmitidas pela CNN.
“Não há em nenhum dos casos qualquer tipo de equivalência“, acrescentou. “Não me podem comparar a mim com Luís Montenegro“, insistiu o político.
Esta semana, foi noticiado que o secretário-geral do PS foi alvo de uma averiguação preventiva por parte do DCIAP, “na sequência de receção de denúncias e tendo em vista a recolha de elementos”.
Está em causa a aquisição de dois imóveis, um em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo, cuja documentação foi, entretanto, publicada online pelo próprio, no site da campanha socialista. Quanto à origem dos fundos para a aquisição destes imóveis, esta amanhã, o Correio da Manhã avança que Pedro Nuno Santos garante que 70 mil euros dos 245 mil euros da compra da sua primeira casa, em Lisboa, foram pagos “com recurso a capitais próprios da família“.
O líder socialista já assegurou também que não foge ao escrutínio e que está disponível para o mesmo, ao contrário, atirou, do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que acusou de não o fazer.
Esta sexta-feira, o secretário-geral do PS foi ainda questionado se já entregou um requerimento para ser ouvido pelo Ministério Público sobre a averiguação preventiva. “O requerimento ainda não foi entregue, mas será entregue na próxima semana”, respondeu, manifestando a esperança de poder ser ouvido antes do início do período da campanha eleitoral para as legislativas, que começa oficialmente em 04 de maio.
“Acho que era importante, até porque ontem [quinta-feira] foi noticiado um arquivamento sobre o mesmo caso, com base supostamente nas mesmas notícias, há um ano. Portanto, obviamente isto tem impacto, confunde as pessoas, e é injusto, porque precisamos de ter todos os dados para fazer as nossas escolhas”, referiu, frisando ser “do interesse de todos” que o seu caso seja clarificado.
“Pacto nacional” para o envelhecimento
Esta sexta-feira, Pedro Nuno Santos aproveitou também para reforçar a promessa de, caso vença as eleições marcadas para maio, avançar com aumentos extraordinários permanentes das pensões, “sempre que a capacidade orçamental do Estado o permita”.
“Foi o que fizemos quando estávamos no poder e também quando estávamos na oposição“, lembrou o socialista, que critica a posição da AD, que tem prometido suplementos extraordinários (não permanentes) aos pensionistas, caso a execução orçamental o permita.
Por outro lado, o secretário-geral do PS defendeu hoje um “pacto nacional” para lidar com as questões do envelhecimento e criticou a “situação de instabilidade e caos” no SNS, com 15 urgências fechadas este fim de semana, responsabilizando o primeiro-ministro.
Pedro Nuno Santos lamentou que, neste período de pré-campanha, se esteja a falar “muito pouco dos mais velhos”, considerando que é preciso dar “mais atenção” à questão do envelhecimento da população. “Deve haver um pacto nacional para esta área”, disse, frisando que é preciso reforçar os apoios sociais para as camadas mais velhas da população e “voltar a fazer o investimento que o país fez durante muitos anos” para alargar a rede de lares de terceira idade.
Além deste investimento nos lares, Pedro Nuno Santos referiu que é também necessário integrar os cuidados sociais e os cuidados de saúde e passar-se de um “sistema que está centrado no hospital para que esteja centrado cada vez mais na comunidade”.
“Isso significa que nós precisamos de equipas multidisciplinares, com médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, que façam acompanhamento dos doentes crónicos e dos mais velhos nas suas casa, quando isso é possível”, disse.
O secretário-geral do PS disse que isso seria não só melhor para os próprios, mas também para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), porque “evita que as pessoas tenham de recorrer aos hospitais ou às urgências e melhora a qualidade de vida dos doentes”.
Além da atenção às pessoas mais idosas, Pedro Nuno defendeu que o pacto nacional para o envelhecimento deve também procurar valorizar as pessoas que trabalham nos lares e nas IPSS, considerando que o país “tem uma dívida para com esses homens e mulheres”.
(Notícia atualizada às 15h17)
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