“Não há revoluções concluídas. Os tempos atuais colocam-nos em alerta”, avisa Centeno

Governador do Banco de Portugal defende a importância da Revolução de abril para o país e alerta que atual contexto exige mais integração, maior coordenação e reforço da confiança.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, defendeu esta segunda-feira que Portugal é um exemplo de como um país se pode desenvolver, mas alertou que “os tempos correntes são de desafios” e requerem maior “integração”, “coordenação” e “mais análise”.

Não há revoluções concluídas. Os temos atuais colocam-nos em alerta. Requerem mais integração, maior coordenação, mais informação e mais análise e reforço da confiança“, afirmou Mário Centeno, em Lisboa, no discurso de abertura da conferência “Falar em Liberdade: 50 anos do 25 de abril”, organizada pelo supervisor.

Aquele que foi apontado como um dos favoritos na corrida às presidenciais, mas anunciou que não se iria candidatar, retratou esta tarde, perante uma plateia repleta no Museu do Dinheiro, a transformação a que o país assistiu desde 1974, em áreas como educação, segurança social e saúde.

“Portugal é uma sociedade em transição. Felizmente esta transição é feita em democracia e sob o signo da estabilidade. Isto é verdade na emigração – recebemos na última década centenas de milhares de pessoas que vieram ajudar a construir Abril –, no crescimento económico”, considerou.

Para Centeno, o país é “um exemplo de como um país se pode desenvolver, aberto ao exterior, com diversidade, equidade, e inclusão, D.E.I.”. “Quase que apetece dizer em inglês”, gracejou.

Mário Centeno sublinhou ainda que “o Banco de Portugal é um filho da revolução”: da liberal, no século XIX, e da democrática, do 25 de Abril de 1974.

“A revolução que hoje celebramos foi necessária. O país em que vivemos é o resultado de abril. Abril abriu portas que durante décadas estiveram encerradas a toda a população portuguesa. Não é muito bom usar adjetivos em excesso, mas vou dizer que o Portugal de 1974 era um país anacrónico”, disse.

Mudou-se Portugal para melhor, muito melhor, mas ainda temos tanto por fazer felizmente em Portugal“, concluiu.

Antes da conferência arrancar, soava no Museu do Dinheiro, uma espécie de hino, cujo refrão canta que “o banco é um fiel, o fiel da balança”. Questionada pela Lusa, fonte oficial do Banco de Portugal disse que letra e música são de Carlos Tê e a interpretação é dos músicos Mário Barreiros, Pedro Santos, Rui David e Pedro Vidal.

(Notícia atualizada às 16h46 com a referência sobre a música que tocou na conferência)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

“Não há revoluções concluídas. Os tempos atuais colocam-nos em alerta”, avisa Centeno

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião