Plantas ornamentais do Algarve já ´florescem´ em 12 países
Empresa algarvia produz 1,5 milhões de plantas ornamentais e exporta 65% da produção. Com três quintas e dois centros de jardinagem, a Viplant emprega 150 pessoas e fatura 12,5 milhões de euros.
Os agrónomos Francisco Castelo Branco e José Mexia já estavam envolvidos na construção e manutenção de jardins no Algarve quando em 1988 decidiram criar a Viplant com o objetivo de responder à falta de produção de plantas ornamentais no mercado português. Quase 40 anos depois, a empresa Viplant produz 1,5 milhões de plantas por ano, emprega 150 pessoas e fatura 12,5 milhões de euros.
A produção começou em Paderne, no concelho de Albufeira, com uma área de dez hectares. Atualmente têm 39 hectares com mais de uma centena de variedades de plantas ornamentais distribuídas por três quintas – as outras estão situadas em Alte (Loulé) e Silves. Os planos da empresa passam por aumentar a área de produção.
O Algarve tem o melhor clima de Portugal para produzir plantas ornamentais mediterrâneas e está em pé de igualdade com o sul de Espanha e sul de Itália.
“O Algarve tem o melhor clima de Portugal para produzir plantas ornamentais mediterrâneas e está em pé de igualdade com o sul de Espanha e o sul de Itália”, destaca ao ECO o CEO da Viplant, Frederico Chagas, que entrou na empresa em 2006 e após três anos se tornou sócio e administrador da empresa.
Além dos viveiros, a empresa tem dois centros de jardinagem em Oeiras e Vilamoura, que abriram portas em 1998 e 2006, respetivamente. A empresa algarvia disponibiliza ainda um serviço de aluguer de plantas ornamentais para eventos, quer nos viveiros, quer nos centros de jardinagem.
As plantas ornamentais do Algarve já chegam a 12 países, com a exportação a absorver 65% da produção. Holanda e França são os principais mercados de destino. Dipladénias, buganvília e hibiscus são as espécies com maior procura no estrangeiro.
Da seca à burocracia nos apoios
O agrónomo Frederico Chagas desabafa ao ECO que os “apoios na agricultura são muito complexos e não chegam às empresas”. O líder da empresa explica que a “burocracia desajustada” e os pedidos de esclarecimentos são “um verdadeiro pesadelo” para as empresas agrícolas.
“O dinheiro não chega cá. Quem tem dinheiro investe; quem não tem dinheiro não investe. Porque se [avançar] e estiver à espera do apoio, então vai dar-se muito mal”, constata o líder da empresa algarvia.
Frederico Chagas enumera que outro dos grandes problemas é a seca. “Na Viplant sofremos muito com a seca. Mesmo com o nosso esquema de sustentabilidade, que consiste em tentar recuperar e reutilizar a água da rega e aproveitar toda a água da chuva e de escorrimentos dos viveiros”.
Este ano até choveu muito e as barragens do Algarve atingiram um valor recorde de 88% da capacidade total, de acordo com dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
O CEO da Viplant afirma que a precipitação “foi uma sorte”, fazendo questão de enfatizar que “não foi com obras públicas nem com proatividade dos governantes que agora temos água”. “O problema da falta de água é muito sério”, conclui.
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