Exportar para crescer: prémio da COTEC impulsiona a inovação global das empresas

  • ECO
  • 6 Maio 2025

As candidaturas para a 2ª edição do Prémio Inovação na Internacionalização, uma iniciativa conjunta da COTEC, Santander e WTC Lisboa, estão abertas até 15 de maio.

O Estúdio ECO foi palco de um debate sobre o Prémio Inovação na Internacionalização 2025, uma iniciativa conjunta da COTEC, Santander e WTC Lisboa, com o objetivo de reconhecer e impulsionar empresas nacionais que se destacam pela inovação nos seus processos de internacionalização.

“Numa economia pequena, aberta ao mundo, as empresas não têm outro caminho senão exportarem, expandirem-se internacionalmente e procurarem o crescimento do seu negócio da forma mais eficiente e rentável possível”. A frase, de Jorge Portugal, deu o mote para a conversa que juntou à mesma mesa o diretor-geral da COTEC Portugal, a administradora executiva do Banco Santander Portugal, Isabel Guerreiro, e o CEO da Somengil, Tony Ventura.

O Estúdio ECO foi palco de um debate sobre o Prémio Inovação na Internacionalização 2025. Da esquerda para a direita: Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal, Tony Ventura, CEO da Somengil, Isabel Guerreiro, administradora executiva do Banco Santander Portugal, e Tiago Freire, subdiretor do ECO a moderar

Para o responsável daquela associação empresarial para a inovação, a internacionalização é cada vez mais um passo fundamental para o tecido empresarial português, e uma ferramenta de crescimento muito importante. No entanto, para que as empresas o façam de forma diferenciadora, sublinha Jorge Portugal, “a inovação e a sustentabilidade são vetores cruciais neste processo”.

Em jeito de explicação sobre a lógica deste prémio, promovido pela COTEC Portugal, com o apoio do Santander e da WTC Lisboa, o diretor-geral revela que a sua denominação ‘inovação na internacionalização’ materializa, desde logo, o foco distinto com que se apresenta. “Este foco permite analisar como as empresas expandem as suas operações a nível global e quais os padrões que seguem”, disse Jorge Portugal que descreveu também o padrão típico de expansão internacional, desde a exportação inicial até à criação de operações de apoio local e, eventualmente, produção local.

Validar processos

Apesar do sucesso da primeira edição, em 2024, este é um processo em constante adaptação. Jorge Portugal sublinhou a importância das lições aprendidas com a edição anterior do prémio e explicou de que forma estas foram aplicadas na edição deste ano. O prémio é aberto a empresas de diferentes dimensões, desde PME até mid-caps, e avalia critérios como o processo de internacionalização, ativos intangíveis, vantagem competitiva, ecossistema e visão para o futuro. O modelo de seleção dos 15 finalistas combina análise quantitativa e entrevistas aprofundadas com os CEO das empresas candidatas.

“Ninguém consegue resolver os problemas do mercado interno indo lá para fora”, alertou Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal

O responsável revela ainda que a primeira edição do prémio surpreendeu pela qualidade das candidaturas, com empresas como a Somengil a participar para testar e validar os seus processos de internacionalização. “É sempre bom a crítica positiva, e a crítica feita por alguém que tem muito mais conhecimento dos mercados e dos setores”, afirmou o CEO desta empresa de engenharia com 20 anos de experiência. Tony Ventura salientou que a Somengil decidiu concorrer ao prémio para validar os seus processos de internacionalização e para aprender com o feedback. Ao longo do seu percurso, a empresa desenvolveu máquinas de lavagem inovadoras, mas enfrentou o desafio de introduzir um produto desconhecido no mercado. “Tivemos que inovar um bocadinho na internacionalização e procurar formas de colocar este produto novo no mercado”, afirmou. A criação da marca ‘Multi-Washer’ foi uma das estratégias para dar identidade ao produto e para facilitar a sua entrada no mercado.

Tony Ventura descreveu a entrevista prévia aos candidatos como um ‘exame’ detalhado, com um guião pré-preparado, que permite à COTEC construir casos de estudo aprofundados, e elogiou a precisão e o rigor da análise da associação para a inovação empresarial.

Jorge Portugal destacou ainda a importância de um balanço robusto e da aprendizagem contínua no processo de internacionalização. “Primeiro é preciso aprender, porque a internacionalização é um processo de aprendizagem, e também perceber que ninguém consegue resolver os problemas do mercado interno indo lá para fora”, alertou.

Uma plataforma de recursos para as empresas

Na perspetiva de Jorge Portugal, este prémio funciona como uma plataforma de recursos para as empresas, com o apoio de um banco global como o Santander e a rede de contactos do WTC Lisboa. A disseminação de casos de estudo em escolas de gestão é outro aspeto importante destacado pelo diretor-geral da COTEC Portugal, e que permite que as boas práticas sejam multiplicadas.

“O Santander, como grupo, tem como missão apoiar as pessoas e as empresas a prosperar”, acrescentou Isabel Guerreiro sobre a motivação do banco em associar-se ao prémio, sublinhando ainda que, num mercado como o português, a internacionalização é fundamental para contrariar a exiguidade do país. A administradora destacou também a importância de apoiar as PME no seu crescimento e a expectativa de encontrar empresas inovadoras e diferenciadas.

“O Santander tem uma posição privilegiada no nosso contexto. Temos uma posição com uma quota de mercado relevante em mais de nove mercados, uma presença fortíssima na América Latina, na Europa e também um bocadinho nos Estados Unidos”, explicou Isabel Guerreiro, administradora executiva do Banco Santander Portugal

Isabel Guerreiro abordou igualmente o tema da antiglobalização e de como o Santander apoia as empresas a enfrentar este cenário. “O Santander tem uma posição privilegiada no nosso contexto. Temos uma posição com uma quota de mercado relevante em mais de nove mercados, uma presença fortíssima na América Latina, na Europa e também um bocadinho nos Estados Unidos”, explicou. O banco oferece apoio que vai além do financiamento, promovendo o encontro entre parceiros, fornecedores e clientes, e disponibilizando formação através da plataforma Santander X.

Já Tony Ventura destacou o impacto positivo do prémio na Somengil, tanto a nível interno como externo. “O estímulo que dá um prémio deste género dentro de uma equipa competitiva como é o caso da Somengil é fundamental”, afirmou. O CEO da valorizou ainda a partilha de conhecimentos e de experiências com outras empresas, que o prémio facilita. Para um futuro próximo, a empresa está a desenvolver máquinas ligadas digitalmente para otimizar a utilização e manutenção, e prepara-se para entrar no mercado farmacêutico com novas soluções de lavagem. Com a ajuda desta distinção planeia também abrir uma delegação nos Estados Unidos e continuar a expandir a sua presença global.

“O estímulo que dá um prémio deste género dentro de uma equipa competitiva como é o caso da Somengil é fundamental”, afirmou Tony Ventura, CEO da Somengil

Jorge Portugal recordou os procedimentos para a participação neste prémio, lembrando que as candidaturas estão abertas até 15 de maio, e que as entrevistas aos CEO decorrem de 2 a 20 de junho. Já a entrega dos prémios está marcada para 10 de julho no auditório do Banco Santander. O júri é composto por académicos, gestores e líderes de entidades públicas, “garantindo a relevância e o rigor dos casos de estudo”, afirmou o diretor-geral.

O Prémio Inovação na Internacionalização 2025 afirma-se como uma plataforma essencial para reconhecer, apoiar e inspirar empresas portuguesas no seu caminho para o sucesso internacional.

Assista à conversa aqui:

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