Bruxelas estuda tarifas sobre a Boeing em retaliação contra EUA
Aviões da fabricante norte-americana deverão constar na lista de 100 mil milhões de euros de produtos norte-americanos que ficarão sujeitos a tarifas caso as negociações com os EUA falhem.
A Boeing deverá ser uma das visadas por tarifas da União Europeia (UE) caso as negociações entre o executivo comunitário e a Casa Branca fracassem.
Segundo o Financial Times, a Comissão Europeia prevê incluir a fabricante norte-americana de aeronaves numa lista de cerca de 100 mil milhões de euros de produtos importados dos Estados Unidos que deverão ser alvo de direitos aduaneiros.
A medida, no entanto, só entra em vigor se Bruxelas não fizer progressos suficientes na redução dos direitos aduaneiros aplicados por Washington.
A lista final de produtos, que terá de ser aprovada pela maioria dos 27 Estados-membros da UE, deverá ser conhecida na quinta-feira, mas ainda pode sofrer alterações.
No dia 2 de abril, o Presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma tarifa adicional mínima de 20% sobre quase todas as exportações do bloco comunitário. Porém, em 9 de abril, reduziu os direitos aduaneiros para 10% por um período de 90 dias, para dar tempo a negociações. Não obstante, os EUA têm aplicadas tarifas de 25% sobre o aço, alumínio e automóveis.
A União Europeia, por sua vez, suspendeu até 14 de julho as tarifas retaliatórias sobre 21 mil milhões de euros em produtos norte-americanos, tais como as motos da Harley-Davidson e as calças de ganga da Levi’s.
O bloco europeu importou cerca de 18,3 mil milhões de euros de aeronaves, naves espaciais e peças dos Estados Unidos em 2024, de acordo com dados do Eurostat. Na terça-feira, diante do Parlamento Europeu, Maroš Šefčovič, o comissário europeu do Comércio, que lidera as negociações, disse que 70% das exportações da UE para os EUA agora pagam tarifas.
BMW espera que redução das tarifas sobre automóveis a partir de julho
A BMW espera que as tarifas norte-americanas sobre os automóveis diminuam a partir de julho, com base nos seus contactos com Washington. A fabricante alemã tem uma avaliação mais otimista da guerra comercial do que muitos concorrentes, confirmando as suas perspetivas financeiras para 2025.
“Estamos a notar que as coisas estão em evolução, a desenvolver-se e a ser negociadas em todo o lado”, disse o diretor financeiro da BMW, Walter Mertl, citado pela Reuters. “Assim, a nossa leitura, baseada em todas as redes que temos à nossa disposição, é que assumimos que algo vai mudar em julho”, acrescentou.
A empresa alertou, no entanto, que as tarifas impostas pelos EUA teriam um impacto “notável” nos resultados do segundo trimestre, mas recusou estimar em que medida.
Já a Volvo revelou esta quarta-feira que iria efetuar mudanças na produção e cortar 5% da força de trabalho na sua fábrica de Charleston, nos Estados Unidos, devido à mudança das condições de mercado e à evolução das políticas comerciais, incluindo a aplicação de tarifas.
Um porta-voz da fabricante sueca disse que as mudanças afetariam cerca de 125 dos 2.500 funcionários da sua fábrica na Carolina do Sul, mas não é claro quais os postos que serão afetados ou de que forma os cortes vão afetar a produção naquela unidade.
Ainda assim, a Volvo afirmou que continua empenhada em criar 4.000 postos de trabalho na Carolina do Sul e que ainda planeia aumentar a sua produção no futuro.
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