Em campanha no Porto, Pedro Nuno Santos promete avançar com a regionalização

Líder do PS assume compromisso de atribuir competências e responsabilidade política às regiões, concordando com Elisa Ferreira que "matar a regionalização foi um mau serviço prestado" pelos partidos.

Elisa Ferreira denunciou que “matar a regionalização foi um mau serviço prestado pelos principais partidos ao país”, com a ex-comissária europeia para a Coesão e Reformas a considerar, em entrevista ao Porto Canal, que Portugal está muito fragmentado e que o governo central não consegue dar respostas eficazes por não perceber o território.

Esta manhã, questionado sobre estas declarações à margem de uma ação de campanha na feira de Gondomar, Pedro Nuno Santos referiu que “a posição do PS sobre essa matéria é conhecida e [está] muito arrumada e consolidada: as regiões com competências e responsabilizadas politicamente funcionam melhor, gerem melhor os seus recursos”. “Concordo com Elisa Ferreira”, acrescentou.

Esta quinta-feira, penúltimo dia de campanha, cinco das oito forças políticas com representação parlamentar vão concentrar as ações na Área Metropolitana do Porto. Após sair de Gondomar, a caravana socialista almoça em Paços de Ferreira e às 17h desce Santa Catarina. Uma hora depois é a vez de a AD cumprir a mesma tradicional arruada na rua mais comercial da Invicta. De manhã, Luís Montenegro visita a exposição “Francisco Sá Carneiro e a Construção da Democracia” na Câmara do Porto e almoça em Gondomar.

No programa eleitoral, o PS assume que “a gestão de maior proximidade, com coordenação à escala regional e supramunicipal está em curso com a consolidação do processo de descentralização de competências, mas a sua eficiência pode ser aprofundada, também, com o arranque do processo de regionalização, assegurando maior proximidade dos cidadãos, maior responsabilidade dos eleitos e a eficiência dos serviços públicos”.

Para o Partido Socialista, “a regionalização, prevista na lei constitucional, ancorada num amplo consenso político e social, e a descentralização, como forma de gestão que reforça os níveis intermédios da administração (regionais, intermunicipais e locais), legitimados democraticamente e que prossigam os interesses das populações e dos territórios que representam, são processos a implementar e aprofundar de forma contínua”.

Eleitores “irritados” com legislativas antecipadas

Na feira de Gondomar, Pedro Nuno Santos voltou a atirar ao rival da AD, sublinhando que “quem provocou estas eleições porque se sentiu apertado e não quis dar explicações não merece ser reeleito” e reconhecendo ser “natural que as pessoas estejam irritadas” com estas legislativas antecipadas.

Pedro Nuno Santos durante uma ação de campanha do PS para as eleições legislativas, na feira de GondomarLusa 15 maio, 2025

“O meu principal adversário não pode falar em estabilidade quando foi ele o causador dessa instabilidade que nos trouxe a eleições. Deve-se premiar quem atirou o país para eleições só porque não quis dar explicações?”, questionou o secretário-geral do PS.

Já sobre os possíveis entendimentos pós-eleitorais à esquerda, o líder socialista começou por dizer que “primeiro [tem] de ganhar as eleições e depois, com o Parlamento que sair, [conseguirá] com certeza, como no passado o PS fez várias vezes e [ele] próprio com um papel importante nisso, garantir as condições para ter um Governo para quatro anos”.

Da “almofada orçamental” do Livre à proposta liberal na educação

Também esta manhã, Rui Tavares, porta-voz do Livre, acusou Luís Montenegro de “gastar a almofada do excedente orçamental” e ter andado “um ano em campanha eleitoral sem se preocupar se a seguir vinha uma crise económica, comercial e tarifária, que muito provavelmente vem e que apanha Portugal com menos dinheiro na caixa do que aquele que deveria ter”.

“As pessoas têm ainda uma grande frustração por terem visto que a política geriu mal as contas públicas, em várias fases da nossa história, e depois pagaram os pequenos pelos grandes. A banca foi salva e muitas pessoas sentem que ainda não foi reposto o que lhes foi tirado durante o tempo da troika“, assinalou Tavares durante uma visita ao mercado de Benfica, em Lisboa.

A crise económica, comercial e tarifária, que muito provavelmente vem, apanha Portugal com menos dinheiro na caixa do que aquele que deveria ter.

Rui Tavares

Porta-voz do Livre

Da economia para educação, a Iniciativa Liberal visitou esta manhã o Externato de Vila Meã, em Amarante, onde defendeu “um sistema em que as escolas públicas têm um papel determinante, mas os privados e o setor social contribuem em áreas onde não há escola pública ou noutras em que a oferta é escassa e não é suficiente e de qualidade”.

“Porque não podemos aproveitar as potencialidades, juntar todos – unir privados, setor social e setor público – para ter uma escola de qualidade? Porque é que desde a governação do PS houve um enviesamento ideológico que aniquilou boa parte dos contratos de associação que traziam ensino de qualidade e oportunidades, sobretudo aos mais desfavorecidos?”, questionou Rui Rocha.

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