Bluewave Alliance apresenta o modelo do primeiro SeaSpore, uma escultura que será submersa ao largo da costa de Barcelona para recuperar a biodiversidade

  • Servimedia
  • 5 Junho 2025

A obra original, denominada SeaSpore Posidonia, foi criada pelo artista Lorenzo Quinn e tem a Ocean Ecostructures como parceiro tecnológico. Está atualmente em fase de conclusão.

A Bluewave Alliance, promovida pelo ISDIN, apresentou o modelo final da primeira escultura do projeto SeaSpore, uma iniciativa que funde ciência, arte e tecnologia para criar esporos que contribuem para a recuperação da biodiversidade marinha e sensibilizam para a necessidade de preservar os mares e oceanos.

O Porto Olímpico de Barcelona acolheu a apresentação do modelo no contexto do Bluewave Days, um evento de sensibilização para a proteção dos mares e oceanos, que este ano celebra a sua terceira edição (de 30 de maio a 8 de junho). O evento contou com a presença do Presidente da Câmara de Barcelona, Jaume Collboni, que sublinhou “o compromisso da ISDIN com a preservação dos fundos marinhos” através de projetos como o SeaSpore, que definiu como “uma contribuição importante, informativa, socialmente empenhada e com impacto”. “Precisamos que muitas mais empresas se comprometam com o ambiente natural e criem esta consciência”, observou Collboni.

Juan Naya, Diretor-Geral do ISDIN, salientou o simbolismo da escultura, que representa um rosto de mulher com longos cabelos ondulados. É nesta parte da obra que, depois de submergir na costa de Barcelona, começará a desenvolver-se a Posidónia, uma planta exclusiva e fundamental para o Mediterrâneo. “Sempre acreditámos que um projeto como este deveria ter a sua primeira imersão em Barcelona”, afirmou Naya. Na mesma linha, o escultor Lorenzo Quinn explicou que a sua inspiração para a obra veio da Posidónia “porque é um símbolo do Mediterrâneo, essencial para a manutenção da vida marinha”.

Durante os Bluewave Days, cujo evento principal foi o Simpósio, o CEO do ISDIN também destacou o valor desta aliança que reúne “sonhadores, empresas e instituições empenhadas em restaurar a saúde e a beleza do Mediterrâneo” através de atividades, formação e projetos de investigação e divulgação científica. No âmbito deste compromisso, destacou a recente incorporação na Aliança Bluewave de dez novos parceiros e mais de quarenta colaboradores.

A conferência incluiu uma sentida homenagem póstuma ao Dr. Enrique Ballesteros, uma figura proeminente da ecologia marinha e membro do Conselho Nacional de Investigação Espanhol (CSIC), e a sessão “Blue Talks”, que destacou o valor da ciência como aliada para enfrentar os desafios atuais, especialmente os ambientais. Especialistas e investigadores destacaram o papel da ciência para inverter as alterações climáticas e a perda de biodiversidade, ao mesmo tempo que chamaram a atenção para a importância da conservação e da sensibilização para cuidar de todas as espécies que coexistem no nosso planeta.

PARCERIAS

As mesas redondas também abordaram questões como a evolução do Mediterrâneo, o mar mais poluído do mundo. Em “Questões de futuro”, em que participaram perfis como o do etólogo e publicitário ambiental Alex Avello (Oceavida), foi discutida a importância de formar as novas gerações para que se tornem “alfabetizadas no oceano”. O debate contou com a participação de Mireia de Mas (Ocean Ecostructures), Pol Ramos (Odicean) e Amaia Rodríguez (Gravity Wave), que concordaram com a importância do envolvimento das empresas, apoiando projetos regenerativos e de sensibilização para promover a sua escalabilidade e tornar a economia azul sustentável.

No painel de empresas empenhadas, o CEO do ISDIN, Juan Naya, sublinhou que as organizações têm “a responsabilidade e a oportunidade de contribuir” para serem parte da solução dos problemas ambientais. “Podemos dar um passo em frente através da inovação, através de planos estratégicos ao serviço de grandes problemas que vão para além da empresa”, afirmou.

Juan García, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Caser; Marta Labata, CEO da BSM, e Jordi Sardina, CEO da Volvo Ditevo, também participaram no evento, sublinhando a importância de incentivar a mudança e minimizar os impactos negativos, tanto a nível interno como externo, através de alianças. “Apenas as empresas que utilizam o motor da sustentabilidade com uma visão de longo prazo e se comprometem com alianças atingirão os seus objetivos em termos de rentabilidade económica, mas também de rentabilidade social e ambiental”, insistiu Labata.

A conferência contou ainda com uma apresentação inspiradora de Zafer Kizilikaya, distinguido com o prémio Goldman Environmental 2023 pelo seu trabalho em prol da expansão das Áreas Marinhas Protegidas ao longo da costa turca, que descreveu em pormenor o seu projeto de recuperação do ecossistema na costa de Gökova (Turquia), onde na primeira década do século XXI se verificava a menor proporção de peixes em todo o Mediterrâneo. “A conservação ativa e eficaz permitiu não só aumentar a população de peixes, mas também o seu tamanho, o que ajudou muito as comunidades piscatórias da zona, entre as quais há muitas mulheres”, observou Kizilikaya.

Zafer Kizilkaya foi um dos vencedores dos Prémios Bluewave, atribuídos após o Simpósio, que reconheceram os líderes mundiais que contribuem para a recuperação da saúde e da beleza do Mediterrâneo, o objetivo da aliança. Nesta edição, para além de Kizilkaya (Mediterranean Protetor Award), os outros vencedores foram a Dra. Marta Estrada e Olivia Mandle, que receberam o Excellence in Marine Science Award e o Rising Blue Voice Award, respetivamente.

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