Tony Gonçalves: “Comecei a entregar jornais, a ganhar 20 dólares por semana, e acabei a gerir 20 mil milhões na área de media”

  • ECO
  • 8:00

É um executivo de sucesso na área dos media e vive entre os EUA e Portugal. Tony Gonçalves é o 32º convidado do podcast "E Se Corre Bem?", conheça aqui a sua história.

Tony Gonçalves, CEO do The Evrose Group e Produtor Executivo do Festival Tribeca em Lisboa, é o convidado do 32º episódio do podcast “E Se Corre Bem?”. Nesta conversa, o executivo do mundo dos media conta a sua história e partilha os segredos para um menino nascida numa pequena aldeia do Gerês, agora com apenas oito habitantes, passa a viver em Nova Iorque e a ser reconhecido internacionalmente.

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“Cheguei aqui com muita humildade e com uma base de uma família emigrante”, começou por dizer, reconhecendo que a decisão familiar de emigrar para um bairro a 30 quilómetros de Nova Iorque lhe abriu muitas oportunidades. Mas admitiu que, além do apoio em casa, a parceria que sentiu na comunidade portuguesa foi também muito importante: “A nossa comunidade portuguesa ainda se ajuda muito”.

Fruto deste apoio e do exemplo dos pais, Tony Gonçalves sempre sentiu que deveria aproveitar as oportunidades que se apresentavam na sua vida e prova disso foi ter começado a trabalhar aos 12 anos. “O meu primeiro emprego foi a entregar jornais. Gosto de dizer que comecei a entregar jornais, a ganhar 20 dólares por semana, e acabei a gerir 20 mil milhões na área de media, com uma equipa de mais de duas mil pessoas”, revelou.

“Nos EUA, se trabalhares, tens valor e tens oportunidade. É uma cultura que acredita que é melhor cair, falhar, e tentar outra vez para aprender com aquela falha do que não fazer nada“, continuou o executivo, que admitiu ter adotado essa cultura para si mesmo e para gerir todas as empresas em que já esteve: “Eu falhei muito, falhava todos os dias. Geri empresas e equipas em que falhava. Vi os meus colaboradores falharem e, em vez de os criticar, utilizava isso como uma oportunidade para os ensinar“.

O espírito de resiliência foi-se aprofundando, quer em si, quer nos seus colaboradores, o que lhe permitiu gerar uma “rede de colaboradores de muito sucesso por causa disso”. “O trabalho de um líder é criar o sucesso dos seus colaboradores e chegar a um ponto em que já não é preciso“, disse, ao mesmo tempo que relembrou a importância de um plano de sucessão para garantir a estabilidade do negócio: “Nos EUA, um plano de sucessão não é uma opção, é uma necessidade. Sem ter uma equipa pronta para assumir a responsabilidade do líder, a estabilidade não acontece“.

Ter este plano de sucessão bem estruturado foi o que também permitiu Tony Gonçalves assumir novos projetos sempre que eles surgiam e exemplo disso foi a gestão da HBO Max. “Eu cheguei a este projeto a partir de uma estrada um bocado diferente. Estava a gerir uma empresa de capitais de risco e tinha uma relação muito boa com o nosso CEO, que me abriu muitas portas. E houve um fim de semana em que ele me ligou e me disse que precisava de ajuda porque achava que o projeto da HBO Max não estava a correr muito bem. Como eu já tinha estado na área, na aquisição da Warner, ele pediu-me opções e eu dei-lhe várias, mas numa delas estava eu“, revelou.

Acabou por ser a opção escolhida, principalmente pela sua capacidade de resolver problemas. “Ou eu criava negócios ou eu resolvia problemas. Viam-me sempre com essa capacidade“, admitiu, explicando que para chegar a este ponto é importante, logo que se chega a uma equipa, conhecê-la, “posicionar os que têm capacidade de nos levar onde a nova estratégia diz, conhecer o negócio e começar a unir. Tudo isto em 90 dias. É a base“.

Qualquer negócio grande é muito exigente. Mas num setor onde tens criativos de um lado e do outro lado tens os operadores, há sempre abordagens diferentes e fazer essa ponte não é fácil, mas é muito giro. É um namoro. São completamente distintos porque há um pensamento diferente. A coisa mais gira é quando há uma fusão entre um criativo e um business person. É um momento de abertura”, continuou.

Quando olha para o setor dos media, Tony Gonçalves considera que está a ser transformado pelo consumidor, mas alerta que “indústrias e consumidores poucas vezes estão alinhadas na época de inovação e transformação” e quem ganha são sempre os consumidores. Por isso, o segredo está em alinhar o negócio ao interesse dos consumidores. Esta visão permite-lhe abrir horizontes no mercado português, onde acha que as plataformas de media se deveriam unir. “Nos media portugueses, cada um tem a sua plataforma de streaming. E estão a lutar contra uma fatia que está a encolher. Na minha ideia, o ideal seria fazer uma plataforma de conteúdo português que alimenta todos. Unirem-se para criar uma coisa maior em vez de concorrerem“.

Com Portugal sempre no coração, o executivo procura sempre ajudar o país e prova disso foi a vontade de trazer o festival Tribeca para Portugal, que surgiu depois de perceber o interesse americano no país. Um ano depois, Tony Gonçalves conseguiu trazer o Tribeca a Lisboa e não ficará por aqui. Mesmo assim, foi questionado sobre a possibilidade de conseguir ajudar mais Portugal se não vivesse fora do país, mas não hesitou em responder: “Acho que assim ainda ajudo mais porque sinto a tal saudade”.

Para Tony Gonçalves, o segredo está em “unir a profissão à paixão e ao propósito”. E ainda afirmou que, mesmo que se tivesse mantido em Portugal, acredita que atingiria o mesmo sucesso. “Somos quem somos independentemente de onde estivermos e se as oportunidades não se apresentarem, temos que as ir procurar. Não vamos falando, vamos fazendo”, concluiu.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, na qual Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

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