Revolução digital na saúde: rumo a um ecossistema inteligente e integrado

  • ECO
  • 11 Junho 2025

Com a tecnologia a avançar rapidamente, o tema Digital Health começa a ganhar ênfase dentro das entidades de saúde. De que forma a GenAI melhora o sistema? Saiba como no 3º episódio do podcast InGov.

A revolução digital está a transformar a forma como os cuidados de saúde são prestados, geridos e experienciados pelo utilizador. Tecnologias como a Inteligência Artificial, o Low Code e o Composable Architecture prometem revolucionar a jornada do paciente, desde o acesso ao histórico médico até à gestão personalizada de doenças.

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No setor público, estas inovações têm o potencial de criar um sistema de saúde mais eficiente, acessível e centrado no cidadão, mas também trazem consigo alguns desafios importantes, como a gestão dos dados e da privacidade. Estes desafios, bem como as soluções, foram debatidos no terceiro episódio do podcast InGov.

“Se olharmos para a prestação de cuidados de saúde, percebemos que há muitos sistemas e muita informação que está dispersa por vários sítios. Portanto, há uma necessidade de conectar isto e de conseguir que o prestador de cuidados de saúde, seja ele enfermeiro, médico ou auxiliar, tenha acesso à informação sem ter que andar a saltar de um lado para outro. Isto obriga à interoperabilidade de dados e, aqui, o Low Code tem um papel muito importante”, começou por dizer César Marto, Partner da Deloitte na área de Consultoria em Portugal.

De acordo com Filipe Ganhão, Associate Partner da Deloitte na área de Consultoria e responsável pelo European Healthcare Tech Center em Portugal, há, por isso, uma urgência em criar uma interoperabilidade dos dados, principalmente para um sistema sobrecarregado como o Serviço Nacional de Saúde (SNS): “A longevidade é cada vez maior, assim como os cuidados de saúde necessários, e isso traz uma pressão enorme ao sistema de saúde, em particular ao SNS. Por isso, é importante que as organizações de saúde, públicas ou privadas, sejam ágeis e consigam ter acesso a mecanismos e sistemas que lhes permitam ser ágeis, como o LowCode e a Digital Front Door, para terem uma maior proximidade dos pacientes e terem arquiteturas mais eficientes”.

Filipe Ganhão, Associate Partner da Deloitte na área de Consultoria e responsável pelo European Healthcare Tech Center em Portugal

“A nível nacional, já temos alguns mecanismos e aplicações através dos quais conseguimos aceder ao nosso histórico médico (SNS). Então, eu acho que Portugal acaba por ter já algum avanço nessa proximidade do paciente e no acesso aos dados. Mas, apesar disso, esta proximidade é ainda mais vincada no setor privado. O desafio é, por isso, criar uma conexão entre o mundo privado e o mundo público, que ainda não é transparente”, continuou o Associate Partner da Deloitte.

César Marto concorda com a necessidade de se criar essa conexão, principalmente para promover uma saúde proativa e não uma saúde reativa. “Para ter saúde proativa, é preciso informação a circular. Hoje em dia há benefícios para quem for um dador de sangue, por que não há um dador de dados?”, questionou, ao mesmo tempo que explicou a vantagem que isso traria, principalmente para o setor público: “Ao disponibilizar dados, como pré-triagem, para um processo de ida às urgências, sabe-se exatamente qual é o estado de gravidade e pode-se direcionar o paciente para um centro de saúde ou para um hospital central, o que ajuda na logística dos cuidados de saúde”.

César Marto, Partner da Deloitte na área de Consultoria em Portugal

Mas se, por um lado, a tecnologia pode ajudar muito, por outro pode ser um desafio conseguir que alguns pacientes, principalmente os mais idosos, consigam usá-la ou ter acesso a ela. Para isso, um modelo híbrido parece ser a melhor opção, mas o partner da Deloitte relembrou que, tal como noutras áreas, há outras formas de contornar a situação, nomeadamente através dos cuidadores. “Antigamente, o IRS entregava-se numa folha preenchida à mão, mas hoje em dia ninguém preenche isso. Neste caso, são os cuidadores que fazem a captura de informação e a sua submissão. E eu acho que esta é uma transição que vai ter de acontecer naturalmente [também no setor da saúde]”.

Contudo, esta transição, apesar de todas as vantagens que tem associadas, tem-se feito com alguma demora. E isto deve-se a vários fatores, entre eles, a falta de investimento, mas também pela falta de tempo, algo que Filipe Ganhão considera fundamental contrariar. “Tem que haver investimento, mas tem que se parar para pensar e tem que se pedir ajuda. É normal que quando as organizações estão embrulhadas num problema, muitas vezes não tenham tempo de olhar para as coisas, mas é importante parar. E parar não significa ficar para trás, pode implicar até significar dar um passo atrás para dar dois à frente“, concluiu.

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