Airbnb culpa hotéis por excesso de turismo nas cidades europeias, incluindo em Lisboa

Em Lisboa, mais concretamente na freguesia de Santo António, existem aproximadamente três quartos de hotel para cada cinco residentes locais.

A Airbnb acusa os hotéis de serem os principais responsáveis pelo turismo de massa nas dez cidades mais visitadas da União Europeia (UE), incluindo Lisboa, contabilizando que quase 80% das dormidas na União Europeia (UE) acontecem nesses estabelecimentos.

A plataforma dá o exemplo de Praga e de Lisboa (freguesia de Santo António), em que diz existirem aproximadamente três quartos de hotel para cada cinco residentes locais. Isto numa altura em que a União Europeia ultrapassou as 3 mil milhões de noites em alojamentos turísticos no ano passado, um novo recorde.

Em comunicado, a Airbnb apela aos líderes das dez cidades mais visitadas da UE (Paris, Roma, Barcelona, Madrid, Berlim, Lisboa, Milão, Amesterdão, Viena e Praga) para que “enfrentem o impacto devastador dos hotéis no aumento do turismo excessivo”.

Só o ano passado abriram 289 novos hotéis na Europa, com um total de 38.681 quartos. No final de 2024, esse impulso continuou com 1.661 projetos hoteleiros em andamento em toda a Europa, adicionando quase 250.000 quartos de hotel que estão em construção ou em fase de planeamento. Muitos desses empreendimentos estão em cidades turísticas como Madrid, Lisboa e Porto.

“A Europa precisa de mais casas – não de hotéis –, mas as cidades estão a construir mais hotéis, já que a construção de habitação no espaço europeu aproxima-se do menor nível da década”, reclama a plataforma no mesmo comunicado.

O estudo divulgado na quinta-feira, que compila dados do Eurostat e da Organização Mundial do Turismo, mostra ainda que entre 2021 e 2023, as dormidas nas dez cidades mais visitadas da UE aumentaram em mais de 200 milhões — ou 2,5 vezes —, com os hotéis a serem responsáveis por por 75% desse crescimento.

A Airbnb recorda ainda o impacto económico “significativo” do alojamento local, mencionando que por cada euro gasto pelos hóspedes da plataforma em Portugal são gerados 2,5 euros adicionais em negócios e serviços próximos.

Outra das críticas é o facto de os hotéis estarem concentrados essencialmente nos centros urbanos, enquanto mais de metade das dormidas (59%) da plataforma Airbnb aconteceram fora dos centros urbanos.

A plataforma destaca ainda que as companhias aéreas e os cruzeiros também contribuem significativamente para o fluxo de turistas para os centros históricos. A título de exemplo, a Airbnb contabiliza que em Lisboa, Amesterdão e Barcelona, o número de passageiros de cruzeiros aumentou mais de 50% entre 2022 e 2023. Em Lisboa, o aumento entre 2022 e 2023 foi de 54%, atingindo o recorde histórico de 758.328 passageiros.

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