Governo anuncia compra de sexto avião da Embraer e venda de 10 para a NATO
O ministro da Defesa anunciou hoje intenção de compra de um sexto avião KC-390 Millennium da empresa brasileira Embraer para a Força Aérea Portuguesa e a venda de 10 outros aviões para países da NATO
O ministro da Defesa, Nuno Melo, anunciou hoje intenção de compra de um sexto avião KC-390 Millennium da empresa brasileira Embraer para a Força Aérea Portuguesa e a venda de 10 outros aviões para países da NATO.
“Nós decidimos optar pela sexta aeronave, opção que estava prevista no contrato, mas é bom que se tenha presente que será uma aquisição feita ao preço da celebração do contrato, ou seja, lá atrás e não ao preço a que a aeronave está a ser vendida agora. Pelo que, no limite, se Portugal a quisesse vender, a revenderia com um enorme lucro“, disse o ministro da Defesa à imprensa durante a visita à 55° edição do salão internacional “Paris Air Show”.
Segundo Nuno Melo, a parceria entre Portugal e o Brasil através da Embraer, que “resulta em imensos lucros para Portugal e reforça as indústrias de defesa”, vai ser ainda reforçada pela “opção potencial por 10 outras aeronaves”.
Com a opção de venda de 10 aviões, “cada aeronave vendida significa 11 milhões de euros para o Estado português e por cada uma destas vendas, também vantagens que serão acrescidas ainda com mais lucro que reverterá para a Força Aérea Portuguesa“, acrescentou.
Em 2019, Portugal acordou adquirir à brasileira Embraer cinco aeronaves KC-390 e um simulador, tendo já sido entregues duas, com o objetivo de substituir os Hércules C-130, por um valor de 850 milhões de euros.
No âmbito deste processo foram introduzidas modificações à aeronave para a adequar aos requisitos estabelecidos por alianças como a NATO, Nações Unidas e União Europeia, que fazem com que as aeronaves possam ser adquiridas por outros países com lucro para o Estado português.
O ministro quis salientar que Portugal esteve na origem do projeto do KC-390 Millennium, participando no fabrico de inúmeros componentes, numa “tecnologia de ponta, que coloca Portugal na linha da frente, num projeto que é também nacional, à escala global”.
Nuno Melo destacou ainda que o país é o único na Europa que “providencia o treino dos pilotos do KC390”, no centro de Beja.
“O treino de pilotos é uma fonte de lucro muito grande e por cada aeronave vendida Portugal tem um lucro que é superior a 11 milhões de euros, o que significa que quantos mais KC sejam vendidos no mundo, mais Portugal beneficia”, referiu.
Em agosto de 2019, o Governo português e a empresa brasileira líder no fabrico de aeronaves comerciais, executivas e militares assinaram um acordo de aquisição de cinco KC-390, acordando a entrega de uma aeronave por ano, com a entrega do terceiro prevista para os próximos meses, segundo a porta-voz da Força Aérea, capitão Patrícia Fernandes.
O KC-390 Millennium pode realizar uma ampla gama de missões, como transporte e lançamento de cargas e tropas, evacuação aeromédica, busca e salvamento (SAR), ajuda humanitária e missões de resposta a desastres (HADR), combate a incêndios e reabastecimento aéreo, tanto como tanque quanto como recetor.
Além disso, esta aeronave modernizada pode apoiar operações de vigilância marítima, aumentando o alcance e o tempo de permanência em voo por meio do reabastecimento em voo, bem como o transporte estratégico, mais rápido e com menos escalas, permitindo o transporte de pessoas e carga para o teatro de operação.
Dependendo das versões pode custar 130 milhões ao Ministério da Defesa, um “investimento” que, segundo Nuno Melo, equipará a Força Aérea Portuguesa e se pagará a si próprio.
“Nós investimos na defesa, com um grande retorno económico e financeiro, que ajuda a pagar o investimento feito no reequipamento das Forças Armadas em Portugal, mas gera lucro acrescido para a economia portuguesa e para o Estado”, afirmou.
Para o ministro, o país “utiliza o melhor da sua inteligência, dos seus engenheiros, da sua técnica” num projeto que dá retorno, por essa razão a sua visita ao salão em Le Bourget, a cerca de 20 quilómetros de Paris não foi para compra mas para vir vender e ter lucro, para além de modernizar as Forças Armadas.
“Estamos a investir até 2% com retorno para a economia portuguesa (…) e parece-me que falamos já de um passo suficientemente grande face às nossas circunstâncias, até porque este investimento se mede em percentagem do PIB. Portanto, estes passos devem ser calculados, devem ser bem medidos, sempre garantindo um reforço da economia, que pelo aumento do PIB também permitam um maior retorno para a defesa nacional. É tudo isso que estamos a fazer, de forma, a cumprir compromissos com a Nato”, disse.
A Embraer tem um Centro de Engenharia e Negócios em Lisboa, tornando o país “a porta de entrada de uma empresa global na Europa, com benefício para todos”, afirmou Nuno Melo.
Questionado sobre a fabricação em Portugal de aeronaves Super Tucano a pedido da NATO, Nuno Melo revelou que “os primeiros cinco serão entregues este ano”, envolvendo a indústria portuguesa.
Este será também um investimento de perto de 200 milhões de euros no reequipamento das Forças Armadas, dos quais 75 milhões de euros serão aplicados nas indústrias portuguesas que farão a reconfiguração da aeronave para as especificações da NATO, de acordo com o ministro da Defesa.
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