Teerão ameaça alvos norte-americanos no Médio Oriente. EUA pedem “vigilância redobrada” aos cidadãos em todo o mundo
Porta-voz das forças armadas iranianas antecipa "operações poderosas e orientadas". Departamento de Estado aconselha cidadãos norte-americanos de todo o mundo a "exercerem vigilância redobrada".
O Irão voltou esta segunda-feira a ameaçar os Estados Unidos da América com uma ação militar em resposta ao ataque norte-americano sem precedentes contra as instalações nucleares iranianas.
O porta-voz das Forças Armadas iranianas, Ebrahim Zolfaghari disse que o “ato hostil” dos Estados Unidos vai alargar o âmbito dos alvos legítimos do Irão, provocando o prolongamento da guerra na região do Médio Oriente.
“Os combatentes do Islão vão infligir consequências pesadas e imprevisíveis através de operações poderosas e orientadas”, acrescentou o mesmo porta-voz numa mensagem difundida pela televisão estatal iraniana.
Anteriormente, um conselheiro do ayatollah Ali Khamenei, o líder supremo do Irão, afirmou que os Estados Unidos já não têm lugar no Médio Oriente e que devem esperar “consequências irreparáveis” na sequência do ataque de sábado à noite.
Ali Akbar Velayati, citado pela agência oficial Irna, avisou que as bases militares utilizadas pelas forças norte-americanas para lançar ataques contra as instalações nucleares iranianas podem vir a ser consideradas “alvos legítimos”.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instou Teerão a pôr fim ao conflito após o ataque surpresa realizado no sábado à noite com bombardeiros estratégicos B-2.
Os ataques visaram uma instalação subterrânea de enriquecimento de urânio em Fordo, bem como instalações em Isfahan e Natanz, onde a extensão dos danos ainda não foi avaliada.
Os acontecimentos do fim de semana aumentaram os receios de um encerramento do Estreito de Ormuz, ao largo da costa do Irão, por onde é transportado quase 20% do petróleo mundial. Esta segunda-feira, os preços do petróleo subiram quase 6%.
EUA pedem “vigilância redobrada” aos cidadãos em todo o mundo
As autoridades norte-americanas pediram aos seus cidadãos “vigilância redobrada” em todo o mundo, após os seus bombardeamentos contra instalações nucleares iranianas, que podem levar a retaliações do regime da República Islâmica.
Num aviso divulgado na noite de domingo nos Estados Unidos (madrugada de hoje em Lisboa), o Departamento de Estado “aconselha os cidadãos norte-americanos de todo o mundo a exercerem vigilância redobrada”.
A diplomacia de Washington aponta, em concreto, “o potencial para protestos contra cidadãos e interesses norte-americanos no estrangeiro”.
O aviso refere que o conflito lançado por Israel, em 13 de junho, contra o Irão resultou em interrupções nas viagens e no encerramento temporário do espaço aéreo em todo o Médio Oriente, e aconselha os seus cidadãos a que tenham “mais cautela”.
No domingo, os Estados Unidos ordenaram a retirada de famílias e funcionários não essenciais da sua embaixada em Beirute, “devido ao clima volátil e imprevisível na região”, segundo um comunicado da sua representação na capital libanesa.
Washington mantém também um alerta oficial desaconselhando todas as viagens para o Líbano, onde o grupo xiita Hezbollah, aliado de Teerão, condenou o ataque “bárbaro e traiçoeiro” norte-americano contra instalações nucleares iranianas, advertindo que pode arrastar a região e o mundo inteiro para uma “espiral desconhecida”, a menos que haja “ação internacional de dissuasão”.
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