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Visão chega às bancas mas com menos páginas devido a greve

Lusa,

Os trabalhadores do grupo dono da Visão estão em greve devido ao atraso no pagamento de salários. A Caras, outro dos títulos do grupo, também só chegou hoje às bancas, um dia depois do previsto.

A revista Visão chegou às bancas esta quinta-feira, mas apresenta-se com menos páginas e com uma organização diferente da habitual devido à greve dos trabalhadores da Trust in News (TiN), com salários em atraso.

“[…] À direção da Visão apenas restavam duas alternativas. Uma era a de se demitir e, dessa forma, impedir na prática a saída desta edição. A outra era a de se manter em funções e adaptar o planeamento da revista à nova realidade, fazendo uma edição com menos páginas e uma organização diferente da habitual”, lê-se no editorial da revista, a que a Lusa teve acesso.

De acordo com o texto, assinado por Rui Tavares Guedes (diretor), Filipe Luís e Alexandra Correia (subdiretores), a escolha recaiu sob a segunda opção para tentar salvar a revista do seu “encerramento imediato” devido à falta de receitas da venda em banca.

Esta edição da revista foi exclusivamente feita pelos profissionais que “em total liberdade decidiram aparecer”.

A direção sublinhou que a Visão é independente do poder político, económico e de quaisquer grupos de pressão, garantindo que o seu compromisso é para com os leitores e assinantes.

“É por eles que queremos continuar a trabalhar e a perseguir a nossa missão de um jornalismo de qualidade, isento e rigoroso. Sabemos que isso só é possível com uma redação empenhada, competente e experiente como a da Visão – que precisa de ser paga, justamente, a tempo e horas”, assinalou.

A revista Caras, outro dos títulos do grupo, também saiu para as bancas esta quinta-feira, um dia depois do previsto, devido ao atraso no fecho da edição causado pela greve dos trabalhadores iniciada na do dia 20 de junho.

As redações em greve exigem um plano realista para a sustentabilidade da TiN, e a injeção de capital pelo sócio único Luís Delgado para a estabilização das contas.

Os trabalhadores da TiN iniciaram na sexta-feira uma greve por tempo indeterminado devido aos salários e subsídios em atraso. Reunidos em plenário, a 30 de maio, os trabalhadores já tinham aprovado recorrer à greve, caso não recebessem o salário e subsídio de refeição de maio e os 20% que ainda não tinham recebido referentes ao mês de abril. Embora os 20% do vencimento de abril e 25% do ordenado de maio já tenham sido liquidados, mantém-se em dívida 75% do vencimento de maio, o subsídio de alimentação e o subsídio de férias.

A greve dos trabalhadores conta com uma adesão a rondar os 80%, segundo avançou na segunda-feira o Sindicato dos Jornalistas (SJ), que garantiu também que a paralisação se irá manter até ao pagamento dos salários em falta.

O SJ ressalvou também que administração da TiN insiste em “não apresentar respostas” e que com a aproximação do final do mês de junho ainda “só processou um quarto dos ordenados de maio”.

O plano de recuperação da empresa, apresentado por Luís Delgado e aprovado por 77% dos credores em maio, prevê a injeção de até 1,5 milhões de euros pelo acionista único. Segundo o documento, a TiN propôs aos credores um “compromisso de aporte de até 1,5 milhões de euros, faseadamente, e em função das necessidades da empresa para reforçar a tesouraria”, por parte do acionista único.

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