Empresários devem “melhorar a capacidade de gestão” antes de serem “exigentes com os outros”

Líder da associação das grandes empresas, Carlos Moreira da Silva sustenta que “a criação de riqueza é um bem público”, sem qual o país “não pode pagar todos os outros interesses públicos”.

O presidente da Associação Business Roundtable Portugal (BRP) advertiu esta segunda-feira que “é possível e urgente fazer crescer Portugal”, sublinhando que as grandes empresas querem ser “parte da mudança” e que “bastam 10 anos para concretizar essa mudança” se houver ambição e se forem postas em prática algumas das medidas que esta estrutura tem vindo a apresentar.

Na reunião anual deste “grupo de inconformados que acredita que podemos e devemos ser muito melhor do que o que somos” enquanto país, que acontece esta tarde na Casa da Música, no Porto, Carlos Moreira da Silva considerou que os empresários e gestores portugueses têm também de ser mais exigentes, a começar por si próprios.

“Temos de melhorar a nossa capacidade de gestão e melhorar de forma muito significativa a nossa produtividade. Temos de nos virar para o exterior com muito mais ambição. Temos de ser mais inovadores e não nos contentarmos em fazer o que já sabemos fazer e que nos paga o dia de hoje. Só depois disso podemos ser exigentes com os outros”, seja com o Estado, seja com os trabalhadores e outros stakeholders, resumiu.

Apelando aos compatriotas para “pensar em grande” e “persistir até conseguir”, o líder da associação BRP considerou que, a começar por “pessoas e talento” e pela integração num dos maiores blocos económicos do mundo, Portugal tem “aquilo de que precisa” para “poder ser um dos países mais ricos da Europa”.

Perante uma plateia repleta de empresários e o ministro da Presidência, Moreira da Silva elencou algumas das medidas incluídas no “Manifesto BRP 2025: Três mudanças e 10 anos para mudar Portugal” – como a isenção de IRS até 1,5 vezes o valor do salário médio ou a redução do peso dos impostos e contribuições sociais sobre os rendimentos do trabalho, a que chamou “garrote fiscal”, de 42,3% para 37,2% – e sustentou que “a criação de riqueza é um bem público” que “beneficia todos”.

“Riqueza gera riqueza e é isso que permite combater a pobreza. Se não conseguirmos criar riqueza, não podemos pagar todos os outros interesses públicos”, resumiu.

Lamentando a saída de jovens qualificados para o estrangeiro e que o país continue a “empurrar os unicórnios para os Estados Unidos”, o presidente da associação que representa 43 grandes empresas nacionais diz querer “contagiar todos” com este “sentido de urgência” para que Portugal “não continue a ser um país adiado”. E outra mudança, completou, é que o país deve “celebrar o sucesso dos gestores e empreendedores, como já faz com os desportistas”.

Uma das iniciativas que a BRP tem em curso é uma espécie de programa de apadrinhamento destinado às 396 empresas que identificou como tendo “potencial para dar o salto”, sublinhando já ter “oferecido” os CEO das suas associadas como uma espécie de “conselheiros” para ajudar essas empresas a superarem obstáculos e identificarem novas vias de crescimento.

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