De Diogo Jota a Miklos Fehér. Recorde os jogadores de topo que perderam a vida cedo

Emiliano Sala, José Antonio Reyes, Miklos Fehér, “Pavão” e 19 jogadores do Chapecoense são outros exemplos recentes de mortes trágicas que marcaram o mundo do futebol profissional.

O universo do futebol viu-se novamente afetado pela morte prematura de um jogador, desta vez o internacional português Diogo Jota. O avançado, que vestia as cores do Liverpool desde 2020, é a mais recente partida de uma longa lista de futebolistas que perderam a vida dentro de campo ou fora dele durante o auge das suas carreiras ou numa idade jovem.

Do espanhol Reyes, que chegou a passar pelo Benfica e Real Madrid, e da queda do avião que transportava a equipa brasileira Chapecoense, à paragem cardíaca que fez Fehér cair inanimado no relvado do Estádio D. Afonso Henriques, o ECO reúne algumas das mortes precoces mais conhecidas do mundo da bola.

Diogo Jota (1996 – 2025)

Diogo Jota, futebolista português de 28 anos que atuava no Liverpool, morreu esta madrugada, juntamente com o seu irmão André Silva, de 26 anos, vítimas de um acidente de viação na província espanhola de Zamora. O rebentamento de um pneu durante uma ultrapassagem está a ser apontado como a possível causa do acidente.

O avançado, que contabilizou 49 internacionalizações pela Seleção Nacional A, morreu quando o carro em que viajava com o irmão, também futebolista profissional, atualmente no Penafiel, se terá despistado ao quilómetro 65 da A-52, incendiando-se de seguida.

Emiliano Sala (1990 – 2019)

Emiliano Sala morreu a 21 de janeiro de 2019, aos 28 anos, quando o avião que o transportava de Nantes para Cardiff caiu no Canal da Mancha.

O futebolista argentino tinha acabado de ser transferido do Nantes para o Cardiff City, por 17 milhões de euros. Regressava ao País de Gales após ter ido a França para se despedir dos companheiros de equipa.

O corpo de Emiliano Sala foi encontrado nos destroços do avião, mais de duas semanas após o acidente, a uma profundidade de 67 metros.

José Antonio Reyes (1983 – 2019)

José Antonio Reyes morreu em 1 de junho de 2019, com 35 anos, num acidente de viação numa autoestrada entre Sevilha e Utrera, localidade onde nasceu, tendo o carro em que circulava sofrido um despiste, incendiando-se de seguida. O acidente também vitimou um dos seus dois primos que seguiam no veículo.

O futebolista espanhol passou por clubes como o Sevilha, Arsenal, Real Madrid e Atlético Madrid, além de ter jogado uma temporada ao serviço do Benfica, a de 2008-2009, por empréstimo dos “colchoneros”.

Chapecoense (2016)

Em novembro de 2016, o avião que transportava a equipa da Chapecoense, juntamente com jornalistas e membros da tripulação, para a Colômbia, caiu perto da cidade de Medellín. Morreram 71 pessoas, entre as quais 19 dos 22 jogadores que seguiam no voo e ainda 20 jornalistas. Apenas seis pessoas sobreviveram ao acidente, incluindo três jogadores, um jornalista e dois tripulantes.

A equipa brasileira preparava-se para o jogo mais importante da sua história, já que ia disputar a sua primeira final da Copa Sul-Americana contra o clube colombiano Atlético Nacional. O jogo acabaria por ser cancelado devido ao acidente, com a Chapecoense a ser declarada campeã após o Atlético Nacional enviar um pedido à CONMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol) para que se reconhecesse o clube brasileiro como tal, como forma de homenagem às vítimas.

Robert Enke (1977 – 2009)

Robert Enke, que jogou no Benfica entre 1999 e 2002, antes de rumar ao Barcelona, suicidou-se em 2009 numa passagem de nível em Neustadt, aos 32 anos, num período em que era jogador do Hannover 96.

O antigo guarda-redes alemão passava por uma depressão no período em que jogou no clube espanhol e no Fenerbahçe. Em 2006, a morte da filha de dois anos, com problemas cardíacos, viria a agudizar ainda mais a sua saúde mental.

Antonio Puerta (1984 – 2007)

No dia 25 de agosto de 2007, Antonio Puerta, jogador do Sevilha, sofreu uma paragem cardíaca durante um jogo contra o Getafe, que marcava o início do campeonato espanhol da época 2007/2008.

Ainda se levantou, amparado por colegas, e dirigiu-se ao balneário, onde sofreu novas paragens cardíacas. A caminho do Hospital Virgen del Rocío, em Sevilha, continuaria a ter ataques, que lhe causaram danos irreversíveis no cérebro e, posteriormente, falhas em alguns órgãos.

Puerta morreu três dias depois, devido a uma encefalopatia pós-anóxica (falta de nutrientes e oxigénio ao cérebro) causada por uma displasia arritmogénica do ventrículo direito (desenvolvimento anormal de tecidos, concretamente é a substituição progressiva das células por tecido fibrogorduroso), uma doença cardíaca congénita difícil de detetar e diagnosticar.

Miklos Fehér (1979 – 2004)

Provavelmente a morte de um jogador de futebol mais presente na memória dos portugueses, Miklos Fehér, então com 24 anos, morreu no dia 25 de janeiro de 2004, em pleno relvado do Estádio D. Afonso Henriques, nos minutos finais de um jogo entre o Vitória de Guimarães e o Benfica.

O futebolista húngaro, que atuava pelo clube encarnado, caiu inanimado no relvado quando já se jogava para lá dos 90 minutos, após ter recebido um cartão amarelo por impedir um lançamento lateral a um jogador adversário. Fehér tinha sofrido uma paragem cardíaca e chegou a receber manobras de reanimação em campo, sendo de imediato encaminhado de ambulância para o Hospital Senhora da Oliveira, onde o óbito seria declarado cerca de uma hora depois, às 23h10.

Uma primeira autópsia ao corpo do jogador seria inconclusiva, mas exames complementares provaram a existência de cardiomiopatia hipertrófica, que nunca havia sido detetada antes.

Marc-Vivien Foé (1975 – 2003)

Foi mais um caso de “morte em direto”. Na altura jogador do Manchester City, por empréstimo do Lyon, perdeu a vida em campo, ao serviço da seleção dos Camarões, num encontro contra a Colômbia, a contar para a Taça das Confederações, em junho de 2003. Aos 72 minutos de jogo, caiu inanimado no centro do terreno, para não mais recuperar. A autópsia revelou que sofria de cardiomiopatia hipertrófica, a mesma situação que Miklos Fehér, e igualmente não diagnosticada.

Esse jogo final foi em Lyon, a terra onde Foé cresceu e em cujo clube local passou parte da carreira. Desde então, mais nenhum jogador do Manchester City usou o número 23, que pertencia ao camaronês aquando da sua morte.

Rui Filipe (1968 – 1994)

Internacional português e jogador do Futebol Clube do Porto, Rui Filipe morreu aos 26 anos, na sequência de um acidente de viação. Em plena afirmação na equipa dos dragões, poucos dias antes havia sido figura na disputa da Supertaça frente ao Benfica, marcando um golo a Michel Preud’Homme. No mesmo jogo acabaria expulso (tal como outros três jogadores), o que fez com que não pudesse ser convocado para o jogo seguinte do campeonato, frente ao Beira-Mar.

Rui Filipe aproveitou essa “folga” forçada para ir festejar o aniversário do seu irmão. No regresso, perdeu o controlo do seu Rover e teve o acidente fatal.

‘Zé Beto’ (1960 – 1990)

Com uma carreira profissional praticamente toda passada no FC Porto, José Alberto Teixeira Ferreirinha, mais conhecido como “Zé Beto”, marcou a primeira metade da década de 1980 no futebol português, que na altura contava com outros grandes guarda-redes como Manuel Bento ou Vítor Damas.

A sua melhor fase futebolística foi entre 1982 e 1987, sendo o quinto guarda-redes com mais jogos disputados pelos dragões. Em 1990 ainda fazia parte do plantel portista, mas tinha perdido espaço na baliza para uma jovem promessa, Vítor Baía, que viria a marcar o futebol português.

Com 30 anos, Zé Beto morreu também de acidente de automóvel. Na noite de 4 de fevereiro de 1990, ao regressar a casa de um jantar em Ílhavo, despista-se e morre de imediato após o seu carro embater num separador. Na viatura seguiam o filho e a esposa, que sofreram apenas ferimentos ligeiros.

‘Pavão’ (1947 – 1973)

Fernando Pascoal Neves, mais conhecido como “Pavão” por jogar de braços abertos, morreu subitamente aos 26 anos de idade. O então jogador e capitão do FC Porto perdeu a vida em campo na tarde de 16 de dezembro de 1973, no Estádio das Antas, aos 13 minutos de um jogo dos “azuis e brancos” contra o Vitória de Setúbal a contar para a 13.ª jornada do Campeonato Nacional de 1973/1974.

A autópsia feita ao médio revelou um problema congénito, estenose aórtica, um processo degenerativo que enrijece e calcifica a válvula aórtica do coração.

Pelo emblema azul e branco, que o comprou ao Desportivo de Chaves por 300 mil escudos, participou em 228 partidas, marcando 25 golos. Somou seis internacionalizações pela Seleção Nacional.

‘Pepe’ (1908 – 1931)

José Manuel Soares, conhecido como “Pepe”, vestiu as cores do Belenenses durante toda a sua carreira. Conquistou dois campeonatos de Portugal e dois Campeonatos de Lisboa, tendo-se sagrado consecutivamente o melhor marcador desta última prova entre 1928 e 1931.

Tinha 23 anos quando, em 23 de outubro de 1931, no trabalho como reparador de máquinas no Arsenal da Marinha, sentiu fortes dores abdominais, tendo morrido no dia seguinte. A causa da morte viria a ser conhecida mais de 55 anos depois: em entrevista ao jornal A BOLA, Homero Serpa revelou que “Pepe” teria morrido por envenenamento involuntário da mãe, que na hora de temperar o almoço que levou para o emprego confundiu sal com soda cáustica.

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