Mais-valia com imóvel ‘entorna’ 26% do lucro da Sumol+Compal

Grupo de bebidas com cinco fábricas e 1.240 trabalhadores atinge recorde de faturação em 2024: 385 milhões de euros. Nova linha de transformação de fruta em Almeirim reduz dependência de fornecedores.

Os lucros da Sumol+Compal encolheram 26% para 14,1 milhões de euros no ano passado, o que a companhia atribui ao “efeito não recorrente” da mais-valia registada no exercício anterior com a alienação de um imóvel em Carnaxide.

Foi também esse proveito extra de 10,5 milhões de euros que fez com que tanto o resultado operacional (28,6 milhões) como o cash-flow operacional (44,6 milhões) tenham diminuído 23% e 16,3%, respetivamente, face ao ano anterior. A dívida remunerada líquida era de 180 milhões no fecho do ano, correspondendo a quatro vezes o EBITDA.

O relatório de gestão relativo a 2024 mostra que o volume de negócios ascendeu a 385 milhões de euros (dos quais 65,8 milhões fora de Portugal), gerando uma margem bruta de 187,8 milhões. Este aumento homólogo de 3,6% na faturação fixa um novo máximo histórico para a Sumol+Compal, que conta este ano superar pela primeira vez os 400 milhões neste indicador.

Fábrica da Sumol + Compal é a 1ª fábrica 5G em Portugal - 10NOV21

“Este nível de atividade deverá permitir uma progressão moderada dos resultados operacionais. Os resultados financeiros deverão beneficiar da redução das taxas de juro e de uma ligeira redução da dívida financeira média. Decorrendo destas evoluções, os resultados líquidos e o EBITDA deverão registar um crescimento sustentado”, perspetiva.

A dona das marcas de sumos Compal, Sumol, Um Bongo, das águas Serra da Estrela e Frize ou da Compal da Horta (vegetais e produtos de tomate) – tem ainda como marcas parceiras a Pepsi, 7Up, Guaraná, Lipton ou Estrela Damm –, distribuiu 2,5 milhões de euros em dividendos e devolveu 10,3 milhões aos acionistas em resultado de uma redução do capital social por amortização de ações.

Investimento sobe à boleia do PRR

Num ano em que o investimento do grupo atingiu 22,7 milhões de euros, um “valor substancialmente superior ao histórico” impulsionado pela execução de projetos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o destaque vai para uma nova linha de transformação da fruta erguida em Almeirim com capacidade para processar dez toneladas por hora e que em 2025 vai viabilizar o lançamento de uma dezena de novos produtos.

No mesmo documento, a companhia liderada por Diogo Dias detalha que permite “produzir sumos com um perfil polposo e aveludado, além de aproveitar um coproduto rico em fibra – a polpa da fruta” e que “contribuirá significativamente para a redução da dependência de fornecedores externos e minimizará a exposição ao risco do mercado em abastecimento de matérias-primas de fruta”.

Diogo Dias, presidente da comissão executiva da Sumol+Compal

Com sede em Carnaxide e quatro fábricas localizadas em Almeirim, Pombal, Vila Flor e Gouveia, além de oito centros de venda (Póvoa de Varzim, Esmoriz, Coimbra, Pombal, Carnaxide, Seixal, Évora e Faro), o grupo está presente em Moçambique com fábrica e serviços centrais em Boane e apoio comercial em Maputo. Em termos comerciais, diz que tem os seus produtos à venda em mais de 50 países.

A Sumol+Compal empregava 1.240 pessoas no final do ano passado, dos quais 94% em Portugal e os restantes em Moçambique. Os gastos com pessoal ascenderam a 47 milhões de euros (+7% face a 2023), com a subida na rubrica de remunerações a resultar do “incremento da atividade e do continuado reforço da competitividade salarial, o incremento da ação social e das indemnizações resultantes de reorganizações ocorridas em diferentes áreas da empresa”.

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