“A UE nunca deve desistir do mercado dos EUA e Portugal muito menos”, defende ministro da Agricultura
Ministro da Agricultura e Pescas considera que é essencial "paciência" nas negociações que, acredita, evitarão a aplicação pelos EUA de tarifas de 30% sobre os produtos europeus.
O Governo português acredita num acordo com os Estados Unidos que evite a aplicação de tarifas de 30% às exportações europeias, defendendo “paciência” nas negociações. A posição foi transmitida esta segunda-feira pelo ministro da Agricultura e Pescas que considera que Portugal não deve deixar cair a relação comercial luso-americana.
“A União Europeia tem de estar unida, firme e em simultâneo tem de ter paciência numa negociação que ainda não acabou. Ainda estamos em julho e não se deve precipitar“, disse o ministro José Manuel Fernandes, em declarações aos jornalistas, à entrada para uma reunião do Conselho de Agricultura e Pescas, em Bruxelas, transmitidas pela RTP3.
Ainda assim, o governante considera que a União Europeia “deve colocar tudo em termos de cenários para estar preparada e deve responder àquilo que são falsidades“, em alusão ao argumento do Presidente norte-americano sobre o défice comercial. “Temos um superavit no comércio de mercadorias com os EUA, mas temos um défice superior a 100 milhões de euros no comércio de serviços”, disse José Manuel Fernandes.
O ministro da Agricultura acredita ainda que “no final” não se aplicarão as tarifas americanas de 30%. “Duas semanas ainda é muito tempo para negociar”, vincou.
“A União Europeia nunca deve desistir do mercado dos EUA e Portugal muito menos”, assinalando que o país “tem um superavit no que diz respeito ao agroflorestal e pescas e mar e onde o vinho, o azeite e a cortiça representam 75% das nossas exportações“.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no sábado a imposição de tarifas de 30% sobre todos os produtos da União Europeia, independentemente de todas as tarifas setoriais. Um dia depois, a presidente da Comissão Europeia anunciou que Bruxelas vai suspender as medidas de retaliação contra as tarifas norte-americanas, previstas para esta segunda-feira, com o objetivo de continuar negociações com os Estados Unidos até 1 de agosto.
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