Sem medo da privatização da TAP, pilotos querem ser ouvidos na elaboração do caderno de encargos

Sindicato dos pilotos é favorável à entrada de um parceiro da indústria na TAP e sublinha a importância de a companhia ter uma gestão sem interferência política.

Os pilotos querem que as suas preocupações sejam tidas em consideração na elaboração do caderno de encargos da privatização da TAP, que o Governo irá aprovar dentro de suas semanas.

Aproveitando a disponibilidade do Governo para ouvir as partes interessadas na venda da companhia, deixada esta sexta-feira de manhã no Parlamento pelo ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) quer ser um dos auscultados.

“Se está aberto a essa discussão, que esteja também connosco. O nosso contributo é crucial”, afirmou João Lira, membro da direção do SPAC, em declarações ao ECO. “Temos muita esperança que os colaboradores sejam também ouvidos”, acrescentou. Entre as prioridades do sindicato está a manutenção das condições de trabalho ou a manutenção do hub da TAP em Lisboa.

O responsável mostrou-se favorável à entrada de um parceiro da indústria na TAP e sublinhou a importância de a companhia ter uma gestão que não esteja condicionada por critérios políticos.

“Se o destino nos disser que a TAP é 20% do Estado, 50,1% do Estado ou 100% do Estado, a posição do SPAC é, acima de tudo, que a companhia tenha uma gestão moderna, profissional, sustentável e virada para o futuro“, afirmou João Lira. “Não temos receio de nenhum perfil de privatização com este pressuposto”, acrescentou.

“Esperamos que seja um modelo onde se possa limitar um perfil de decisões políticas que nos últimos anos não têm sido positivas para a TAP, nomeadamente no âmbito operacional e em momentos cruciais para a empresa”, reiterou.

Sobre o facto de o Estado manter 50,1% da companhia aérea, disse também esperar que essa maioria não seja usada “para uma decisão que protege o cariz político, para parecer bem, e não para o futuro da empresa“.

A última privatização mostrou que a TAP precisa de um parceiro. E que esse parceiro consiga ultrapassar com inteligência os contrangimentos operacionais do Aeroporto Humberto Delgado.

João Lira

Membro da direção do SPAC

João Lira defende a entrada de um parceiro privado tem vantagens e que isso ficou demonstrado na anterior privatização, realizada no final de 2015 e que levou à entrada da Atlantic Gateway no capital. O responsável considera que a prioridade do novo investidor deve ser o crescimento da empresa, esperando que “consiga ultrapassar com inteligência os constrangimentos operacionais do Aeroporto Humberto Delgado”.

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira a privatização de 49,9% da TAP, incluindo 5% para os trabalhadores.

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