Exportações da metalurgia para EUA estão a cair “todos os meses a dois dígitos”

As exportações para os EUA da metalomecânica e metalurgia, o setor mais exportador da economia portuguesa, desceram mais de 14% até maio, de 320 milhões de euros para 274 milhões.

A imposição de tarifas por parte da administração norte-americana já está a ter impacto nas exportações para os Estados Unidos. O setor da metalurgia e metalomecânica, o mais exportador da economia nacional, tem registado quedas mensais de dois dígitos nas vendas para o país. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, as exportações do setor que tiveram como destino os EUA recuaram mais de 14%.

Estamos a decrescer nas exportações para os EUA todos os meses a dois dígitos“, adianta ao ECO Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP).

Depois de anos a crescer para os EUA e com exportações de mil milhões de euros para o país, as vendas da metalurgia e metalomecânica para esta geografia recuaram 14,3% nos primeiros cinco meses do ano, passando de 320 para 274 milhões de euros até maio, detalha o responsável.

Estamos a decrescer nas exportações para os EUA todos os meses a dois dígitos. [O anúncio de tarifas de 30%] vem agravar uma situação que já era complicada.

Rafael Campos Pereira

Vice-presidente da AIMMAP

Rafael Campos Pereira destaca que o anúncio de tarifas de 30% sobre todos os bens exportados da União Europeia para os EUA, a partir do dia 1 de agosto, “vem agravar uma situação que já era complicada“. Do lado das empresas, diz, “o que estão a fazer é procurar alternativas”.

Há algumas empresas [que já têm unidades industriais no país] que estão a produzir mais internamente, como a Metologalva ou a JS Moreira, e outras estão a procurar países que possam ser veículos” para pagar taxas aduaneiras mais baixas, explica o vice-presidente da AIMMAP.

Apesar do travão nas vendas para os EUA, o setor tem vindo “a crescer noutros mercados, como por exemplo o Canadá e Marrocos”. Em termos globais, o setor registou, até maio, 10,3 mil milhões de euros em exportações, o que representa uma ligeira desaceleração de 0,6% face ao período homólogo.

A “segurar” o volume de exportações estiveram países como a Turquia, onde as vendas passaram de 100 para 216 milhões de euros, ou o Canadá, com um crescimento de 25 para 50 milhões de euros. Olhando apenas para o mês de maio, a indústria exportou 2,3 mil milhões de euros, mais 9% que no mesmo período do ano passado e o quinto melhor mês de sempre.

Perante os números registados nos primeiros cinco meses do ano, o vice-presidente da associação está confiante que o setor irá conseguir, pelo menos, manter as exportações de 24 mil milhões de euros registadas no ano passado.

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