Nvidia vai retomar exportações de chips avançados para a China com aval dos EUA
CEO da Nvidia anunciou em Pequim que a empresa norte-americana recebeu autorização de Washington para retomar o envio de chips H20 para a China.
O presidente executivo da Nvidia, Jensen Huang, anunciou esta terça-feira, em Pequim, que a empresa norte-americana recebeu autorização de Washington para iniciar o envio dos seus avançados chips H20 para a China. Trata-se de uma vitória significativa para a gigante tecnológica, em plena guerra comercial entre os dois países.
“O Governo dos Estados Unidos assegurou-nos que as licenças serão concedidas, e a Nvidia espera iniciar as entregas em breve”, indicou a empresa, numa publicação. Huang confirmou o anúncio durante uma conferência em Pequim, transmitida pela televisão estatal CGTN.
“Hoje anuncio que o Governo dos EUA aprovou a apresentação de licenças para começarmos a enviar os H20″, afirmou o responsável, sublinhando que metade dos investigadores em inteligência artificial (IA) em todo o mundo está na China.
“É tão inovador e dinâmico aqui que é fundamental que as empresas norte-americanas possam competir e servir o mercado chinês”, acrescentou.
China é um dos maiores mercados da Nvidia
A visita de Huang a Pequim, a terceira desde o início do ano, ocorre num momento em que a Nvidia tenta preservar a sua presença num dos seus maiores mercados, apesar do reforço das restrições impostas por Washington.
O executivo, de origem taiwanesa, participou esta semana na China International Supply Chain Expo, onde se reuniu com Ren Hongbin, presidente do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional, organizador do evento.
Em declarações à CCTV, Huang elogiou o “tamanho e vitalidade” do mercado chinês, manifestando satisfação com o rápido avanço da IA no país. O responsável destacou ainda a importância de as empresas dos EUA “enraizarem-se no mercado chinês”.
A Nvidia tem sido um dos maiores beneficiários da adoção massiva da inteligência artificial, tornando-se recentemente a primeira empresa a ultrapassar os quatro biliões de dólares (3,42 biliões de euros) em capitalização bolsista. No entanto, as tensões comerciais entre os EUA e a China têm pressionado o setor, especialmente após a imposição de restrições à exportação de semicondutores avançados.
Em abril, a Casa Branca anunciou limites às vendas dos chips H20 da Nvidia e MI308 da AMD à China. A empresa estimou que as novas regras poderiam custar-lhe 5,5 mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros), levando Huang e outros líderes do setor a fazerem pressão sobre a administração de Donald Trump para inverter a decisão, alertando que tais medidas prejudicam a competitividade dos EUA e podem favorecer a tecnologia chinesa.
A Nvidia planeia lançar este ano versões dos seus chips adaptadas às normas de exportação dos EUA, de forma a manter a presença no mercado chinês, segundo a imprensa local.
Huang já havia classificado, em maio, os controlos de exportação como um “fracasso”, por terem incentivado as empresas chinesas a desenvolverem soluções próprias. A empresa DeepSeek, por exemplo, revelou que treinou o seu modelo R-1 com chips H800 da Nvidia — uma versão limitada. A entrada de novos concorrentes chineses no setor já provocou quedas nas ações da Nvidia, que recuaram até 12% após o lançamento do modelo da DeepSeek.
Em abril, durante uma visita à China, Huang transmitiu ao vice-primeiro-ministro He Lifeng a vontade de “aprofundar a presença da Nvidia no mercado chinês” e afirmou estar disposto a “desempenhar um papel ativo na promoção da cooperação económica e comercial entre a China e os Estados Unidos”. O setor dos semicondutores é estratégico para a China, que procura alcançar a autossuficiência tecnológica e reduzir a dependência externa, num contexto de sanções e tensões com Washington.
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