Primeiro-ministro espera interessados na TAP vindos “de outras geografias”

  • Lusa
  • 14:33

Primeiro-ministro espera que, no processo de reprivatização lançado pelo Governo, possam aparecer mais do que os três interessados já referidos na comunicação social, até "de outras geografias".

O primeiro-ministro defendeu esta terça-feira que a TAP tem “um elevado potencial” e disse esperar que, no processo de reprivatização lançado pelo Governo, possam aparecer mais do que os três interessados já referidos na comunicação social, até “de outras geografias”.

No encerramento das jornadas parlamentares PSD/CDS-PP, que decorreram em Évora, Luís Montenegro voltou a defender a opção do Governo pela reprivatização de 49,9% da companhia área, um processo lançado na semana passada.

“A minha expectativa é que não vão aparecer apenas aquelas três entidades que têm sido referidas na comunicação social. A minha expectativa é que, mesmo noutras geografias, outros grandes grupos de aviação terão pelo menos interesse, depois que se vão concretizar propostas, isso ninguém sabe. Vamos aguardar, o mercado falará”, disse.

Originalmente estatal, a TAP foi parcialmente privatizada em 2015, mas o processo foi revertido em 2016 pelo governo de António Costa, que retomou 50% da empresa.

No ano passado, o executivo de Luís Montenegro retomou o tema e manifestou intenção de avançar com a alienação de uma participação minoritária em 2025, processo lançado a 11 de julho. Desde então, têm decorrido negociações com grandes grupos europeus como a Air France-KLM, Lufthansa e IAG.

Montenegro considerou que, sem esta opção de reprivatização, a TAP “dificilmente se conseguirá aguentar”, embora reiterando que o Governo não fará uma venda “a qualquer preço” se não aparecer uma “proposta condigna”, cenário que não antevê.

O primeiro-ministro reiterou que o entendimento do Governo é que “não é vida continuar a atirar dinheiro” para TAP, mas defendeu que dizer isto não diminui o potencial da empresa.

“Ao mesmo tempo diz-se que, com a sua integração numa operação mais ampla, com outra capacidade de gestão e outro modelo de desenvolvimento de negócio, de facto, esta companhia tem um elevado potencial”, defendeu.

AD é “força central”. Montenegro recusa que Governo só fale de imigração

Na mesma ocasião, o primeiro-ministro defendeu que o PSD e o CDS-PP são hoje “a força central” da democracia, mais centrada na ação que na ideologia, e recusou críticas de que o Governo seja “monotemático” e só legisle sobre imigração.

“Nós somos mais do que nunca a força política central da nossa democracia, isso observa-se à vista desarmada, basta olhar para o Parlamento”, afirmou, considerando que os restantes partidos à esquerda e à direita têm “ideologias e posicionamentos” mais marcados.

Nesse sentido, o presidente do PSD e primeiro-ministro considerou que são estes dois grupos parlamentares que têm melhores condições para “construir pontes” com os dois lados do hemiciclo.

“Não estamos marcados por dogmas e ideologias que comprimem a nossa ação. Nós estamos muito mais marcados pela vontade e pela concretização da resolução dos problemas reais das pessoas”, afirmou, defendendo que PSD e CDS-PP constituem “uma força política de diálogo”.

No entanto, avisou que estes partidos que dão suporte ao Governo não veem o diálogo como o fim da sua ação política, mas apenas “como um instrumento para aproximar posições, não um meio para empatar decisões”.

Na sua intervenção de mais de meia hora, Montenegro procurou também contrariar as críticas de que as políticas da imigração constituem o “alfa e ómega” da ação do Governo, mas salientou que o programa do executivo foi votado pela maioria dos portugueses a 18 de maio.

“Há alguns agentes políticos cuja representação parlamentar os portugueses quiseram que fosse de um deputado, de três deputados, na melhor das contas de seis deputados, que falam com uma arrogância em nome dos portugueses para quem representa a maioria dos portugueses”, disse, num aparente recado a BE, PCP e Livre.

E acrescentou: “É que se na democracia as maiorias devem respeitar as minorias, também é uma regra de ouro das democracias que as minorias respeitem as maiorias”, apelou.

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