BRANDS' ECO “Sem valor económico na floresta, as pessoas não são atraídas para a gestão”

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Vale a pena gerir a floresta? Esta foi a questão central do primeiro episódio do podcast Da Floresta ao Futuro, powered by Navigator, que debateu a sustentabilidade da floresta portuguesa.

No primeiro episódio do podcast Da Floresta ao Futuro, powered by Navigator, Gonçalo Almeida Simões, Diretor-geral da Biond, e Rita Bonacho, proprietária florestal e Presidente da Direção da Associação de Produtores Florestais de Coruche, debateram um tema antigo, mas cada vez mais urgente: será possível gerir a floresta?

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Para Gonçalo Almeida Simões, a resposta é afirmativa — mas exige desconstruir algumas ideias. “Uma coisa são as florestas plantadas, e é nas florestas plantadas que nós estamos inseridos, basicamente, ou como produtores florestais ou como indústria, e outra coisa são as florestas autóctones, o resto da floresta”, refere Gonçalo Almeida Simões, explicando que as florestas plantadas “podem e devem ser geridas”.

Segundo o Diretor-geral da Biond, os associados da organização gerem cerca de 200 mil hectares, num total de 845 mil hectares de eucalipto em Portugal. “Com estes 200 mil hectares estamos descansados. Estamos também descansados com produtores florestais que estão organizados e que gerem outra parte desse total, mas há uma parte que está votada ao abandono […] os proprietários florestais não estão encorajados, ou não se sentem encorajados, para gerir essas áreas. Ou porque estão abandonadas e lhes foram entregues num estado calamitoso, ou porque os incêndios fizeram com que, agora seja muito difícil, voltar a arrancar.”

Rita Bonacho considera que “a floresta portuguesa é gerida”, embora reconheça que “há margem para melhorar”. Destaca as dificuldades da gestão florestal privada: “A tarefa de um produtor florestal de gestão é de um grande gestor, porque as margens são curtas. Muitas vezes as contas não fecham e temos que ser audazes e criativos.”

Sobre a polémica do eucalipto como espécie invasora, Gonçalo Almeida Simões é claro: “A questão não é a espécie, porque qualquer espécie arde da mesma maneira se estiver mal gerida ou abandonada.” Acrescenta que “o eucalipto arde 18%, mas o eucalipto muito bem gerido só arde 2%”.

Ambos defendem que o Estado deve intervir com incentivos concretos. “A floresta em Portugal, como disse a Rita, é sobretudo privada. A floresta produz bens públicos e é precisamente por isso que o Estado deve intervir de forma gratuita, com incentivos e sem qualquer dogma”, afirma Gonçalo Almeida Simões, que identifica o cadastro como uma das principais falhas: “Nós temos 97% da floresta que é privada em Portugal, mas não sabemos quem são 20% dos proprietários. […] É a mesma coisa que dizer, nós agora estamos aqui em Lisboa e não sabemos de quem são 20% dos apartamentos ou das casas.”

A conclusão é clara: “Sem valor económico na floresta, as pessoas não são atraídas para a gestão”, remata Gonçalo Almeida Simões. Para que a floresta portuguesa seja eficazmente gerida, é necessário compromisso político, organização dos produtores e uma estratégia económica sustentável.

Assista ao episódio completo aqui:

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