OPA concorrente à da Bondalti sobre a Ercros aprovada pelo regulador espanhol
Italianos da Essecco receberam o OK da Comissão Nacional de Mercado e Concorrência "com condições", As ações da empresa espanhola, que também é alvo da Bondalti, valorizam mais de 6% em bolsa.
A Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a empresa espanhola Ercros apresentada pelos italianos da Esseco – concorrente à da Bondalti – recebeu o OK da Comissão Nacional de Mercado e Concorrência (CNMC) e dá mais um passo em frente, depois da aprovação por parte do Governo de Pedro Sanchéz, apesar de estar sujeita a “condições”.
Os investidores estão a reagir de forma positiva às notícias vindas de Itália. Na bolsa de Madrid, as ações da Ercros estavam a disparar 6,60% para 3,115 euros cada por volta das 16h15 (hora de Lisboa), embora tivessem estado a valorizar cerca de 8%.
A Ercros, cujo valor de mercado é de aproximadamente 290 milhões de euros, tem duas ofertas em cima da mesa há mais de um ano: a da química do grupo José de Mello, no valor de 329 milhões de euros (3,60 euros por ação) e da Essecco, que avalia a empresa em 351,1 milhões de euros (3,84 euros por ação).
Ambas tiveram ‘luz verde’ do governo de Madrid, mas estão em diferentes etapas de aprovação regulatória. A oferta rival, da multinacional transalpina, tem agora desenvolvimentos após a segunda fase da análise.
“Esta resolução entrará em vigor após o decurso do prazo máximo de 15 dias úteis para o Ministro da Economia decidir se a submete ou não ao Conselho de Ministros, que, em caso de submissão, terá um mês para proferir a sua decisão nos termos da lei”, explica Ercros sobre a resolução recebida pela Essecco na qual é autorizada a avançar com a OPA se cumprir determinadas condições.
“A Essecco informa que está a avaliar a referida resolução da CNMC e que tomará uma decisão assim que esta entrar em vigor ou, se aplicável, for alterada pelo Conselho de Ministros”, adianta o alvo da Essecco e da Bondalti, em comunicado publicado online.
Questionado sobre o processo em junho, o presidente executivo do grupo José de Mello, Salvador de Mello, disse esperar uma “clarificação até ao final do ano”, seguindo-se o “teste do mercado”, com os investidores a serem chamados a venderem os seus títulos na oferta.
A estratégia de M&A da Bondalti começou em 2001 com a espanhola Elnosa, de Pontevedra. Quase meio século depois, e com este processo a decorrer, a companhia de químicos considera que está “numa boa posição económica e financeira para o fazer pelos resultados estáveis e nível de dívida líquida”, garantiu o administrador financeiro, num evento dedicado ao investimento. Os próximos alvos podem ser empresas com expertise em digitalização e compliance, dado que a indústria química “está em reconfiguração”.
“O M&A é o driver para o nosso crescimento. Foi-o no passado, é no presente e sê-lo-á no passado. Precisamos de escala para ser possível competir no setor químico, que tem players relevantes da China e outros países concorrentes”, realçou Luís Rebelo da Silva
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