Transformação educativa coloca o foco na IA como ferramenta para recuperar tempo, critério e propósito ao professor

A Inteligência Artificial (IA) está a consolidar-se como um aliado estratégico na sala de aula e iniciativas como a IGNITE Copilot, a plataforma concebida para professores que permite automatizar tarefas essenciais para melhorar o trabalho do professor, atuam neste domínio. «Quando o professor recupera o seu tempo, recupera também a sua capacidade de ser um melhor professor», afirmou o CEO da IGNITE Copilot, Ignacio Aso.

Com mais de 14.200 utilizadores em Espanha e na América Latina, esta ferramenta funciona como um assistente pedagógico digital. Através de um diálogo simples, os professores podem gerar propostas educativas alinhadas com a Lomloe, decretos reais, ODS, perspetiva de género e design universal para a aprendizagem. «Muitos professores ainda acreditam que a IA é uma caixa preta incompreensível. Mas já existem ambientes concebidos para o ensino, como o IGNITE Copilot, que compreendem o currículo melhor do que os conteúdos educativos rígidos habituais», salienta Aso.

Embora a transformação esteja em andamento, Aso reconhece que ainda existe certa resistência por parte dos professores. “O preocupante não é que haja dúvidas — isso é natural —, mas que em pleno 2025 ainda haja profissionais que descartem a IA sem tê-la explorado seriamente”, adverte. As principais reticências, diz ele, não se devem tanto a questões pedagógicas, mas ao desconhecimento, ao medo de ser substituído ou à inércia de continuar a trabalhar como sempre. «A IA não substitui o professor, substitui a ineficiência», afirma.

Um dos valores mais reconhecidos pelos utilizadores do IGNITE Copilot é o impacto direto na qualidade da educação. Ao automatizar o técnico, o professor pode se concentrar no essencial: atender à diversidade, inovar metodologicamente e avaliar com precisão. “A maioria dos professores quer inovar, mas não pode porque o sistema os sufoca com papelada. Ferramentas como esta liberam esse potencial”, explica.

DESENHO CURRICULAR EM TEMPO REAL

A IA não só acelera os processos, como também garante a coerência normativa. «A IA bem concebida não só ajuda a criar conteúdo, como garante que este esteja alinhado. E isso é um enorme salto qualitativo», salientou Aso. O IGNITE Copilot trabalha com descritores reais do currículo oficial e permite mapear conteúdos com quadros internacionais como os ODS, a Taxonomia de Bloom ou o sistema IB.

Esta mudança de paradigma também atinge o modelo editorial. Aso acredita que o livro didático tradicional perdeu a sua hegemonia como ferramenta central de planeamento. «Durante décadas, os livros dominaram por uma razão: economizavam tempo. Mas agora existe algo muito mais poderoso, rápido e personalizado: a IA aplicada ao design didático», afirma.

Em ambientes não formais, como as oficinas da IGNITE Serious Play, a IA potencia experiências STEAM personalizadas e criativas. «A IA está a tornar realidade o que durante anos foi apenas um slogan: atender cada aluno de acordo com o seu ritmo, nível e interesse», observa Aso. Nesses espaços, a inteligência artificial não substitui a criatividade humana, mas sim a amplifica, promovendo o pensamento crítico, a autonomia e a colaboração.

No futuro, Aso antecipa uma mudança estrutural no modelo educativo: menos burocracia, mais personalização e um professor com um papel mais estratégico. «A verdadeira questão não é se a IA mudará a educação, mas quem estará preparado para aproveitar a mudança», conclui.