Chinesa BYD adia produção em massa na nova fábrica na Hungria

  • Joana Abrantes Gomes
  • 22 Julho 2025

Por sua vez, a fabricante chinesa vai acelerar a produção numa unidade na Turquia, onde os custos com a mão-de-obra são mais baixos.

A BYD vai adiar a produção em massa de veículos elétricos na sua nova fábrica na Hungria até 2026, ficando a operar abaixo da capacidade durante pelo menos os dois primeiros anos, avança a Reuters, que cita fontes familiarizadas com o tema.

Por outro lado, a fabricante chinesa — que em abril superou pela primeira vez a Tesla na venda de elétricos na Europa — vai arrancar com a produção mais cedo do que o previsto na nova unidade na Turquia, onde os custos de mão-de-obra são mais baixos, excedendo em muito os planos de produção inicialmente anunciados.

A transferência da produção de automóveis da BYD da Hungria para a Turquia seria um revés para a União Europeia (UE), que esperava que as suas tarifas sobre os veículos elétricos fabricados na China trouxessem mais investimento chinês e empregos na indústria bem remunerados.

A fábrica da BYD em Szeged, no sul da Hungria, está avaliada em 4 mil milhões de euros e vai iniciar a produção em massa no próximo ano, mas produzirá apenas algumas dezenas de milhares de veículos ao longo de 2026. Isto representaria uma fração da capacidade de produção inicial desta unidade, de 150.000 veículos, quando a capacidade máxima deverá ser de 300.000 automóveis por ano.

Oficialmente, a BYD afirmou apenas que iniciará as operações em Szeged em outubro, mas não divulgou publicamente quando começará a produção em massa. A produção na unidade húngara deverá aumentar em 2027, mas ainda estará abaixo da capacidade planeada, segundo as fontes citadas pela Reuters.

Já a fábrica da empresa chinesa em Manisa, no oeste da Turquia, avaliada em mil milhões de dólares e que deveria iniciar a produção no final de 2026, com uma capacidade anual de 150 mil automóveis, produzirá mais veículos do que a unidade na Hungria no próximo ano.

A BYD está a construir uma fábrica na Hungria para poder vender os seus automóveis na Europa sem estar sujeita a tarifas. Isto porque todos os automóveis que vende atualmente no continente europeu são fabricados na China e estão sujeitos às tarifas adicionais “anti-subsídios” da UE sobre as importações de veículos elétricos fabricados em território chinês, para além da taxa padrão de 10%. No caso da BYD, a tarifa total é de 27%.

Não obstante, muitos dos automóveis produzidos na nova fábrica na Turquia terão como destino também a Europa e não estarão sujeitos a tarifas quando exportados para a UE.

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