Clubes da LALIGA ultrapassam a barreira dos 400 milhões de euros em transferências

O mercado de verão está a ser intenso e produtivo para os clubes da LALIGA. Até ao momento, já ultrapassaram a barreira dos 400 milhões de euros de investimento, quando ainda falta mais de um mês para o encerramento do mercado.

Tudo isso leva a pensar que os números de investimento em transferências da temporada 24/25, que fechou em 645 milhões de euros, segundo dados da LALIGA, podem ser superados.

Precisamente a LALIGA situava a previsão de investimento em contratações entre 650 e 750 milhões de euros para este verão, de acordo com o último Relatório Económico-Financeiro apresentado pela entidade. Previsões cada vez mais próximas de se concretizarem e que consolidariam assim uma tendência ascendente desde o fim da pandemia.

Desta forma, os clubes reforçam-se para uma temporada exigente e especial, já que nesta campanha serão 8 equipas da LALIGA a disputar competições europeias, graças ao notável desempenho demonstrado nos últimos anos nos campeonatos continentais.

De facto, neste século, os clubes da LALIGA conquistaram 37 títulos desde 2001, mais do que qualquer outro e muito à frente do segundo colocado, a Premier League, que soma 16 troféus continentais no mesmo período.

Uma competitividade que não está em conflito, no entanto, com o sistema de sustentabilidade económica implementado pela LALIGA, em linha com o Fair Play financeiro da UEFA, e que é partilhado com a Bundesliga alemã.

Este controlo financeiro, que evita o endividamento dos clubes espanhóis, é agora um exemplo que outros países e competições tentam imitar, como a Premier League que, após anos de um modelo deficitário, começa a sancionar os clubes que não cumprem as regras de equilíbrio económico. Mesmo em França, a Ligue 1 começou a endurecer os seus controlos, como demonstra a recente decisão da DNCG (o órgão de controlo financeiro do futebol francês) de despromover administrativamente o Olympique de Lyon para a Segunda Divisão por não garantir a viabilidade económica do clube.

O sucesso do modelo sustentável da LALIGA foi possível, entre outros fatores, graças à venda centralizada dos direitos audiovisuais, que este ano completa 10 anos desde o seu lançamento em 2015.

Nesse sentido, a LALIGA consegue assim uma distribuição equitativa dos montantes entre os seus clubes, reduzindo assim a distância entre as equipas médias da competição e as que mais recebem, e conseguindo que, na última década, se tenha passado de uma distribuição de cerca de 844 milhões de euros para mais de 1.800, de acordo com dados da LALIGA.

Futuro

Além do investimento em contratações durante este verão, os clubes espanhóis continuam o seu processo de modernização e profissionalização. O projeto LALIGA IMPULSO, graças ao fundo CVC, que contribuiu com quase 2 mil milhões de euros para acelerar a transformação dos clubes em cerca de 20 anos, está a permitir melhorar significativamente áreas como as infraestruturas.

Exemplos como a remodelação do Estadi Son Moix, casa do RCD Mallorca, do Sánchez Pizjuán do Sevilla FC ou do Estadio de la Cerámica do Villareal CF, bem como complexos desportivos como o Rafael Gordillo do Real Betis ou o Cidade Deportiva Afouteza do Celta, colocam a competição espanhola na vanguarda do futebol europeu, com obras que servirão, em alguns casos, como sedes ou subsedias para o próximo campeonato mundial de seleções que será acolhido pela Espanha, juntamente com Portugal e Marrocos, no próximo ano de 2030.