Indra ganha 215 milhões até junho, um aumento de 88%

A empresa cotada explica este crescimento pela melhoria operacional e pelo impacto pontual nos resultados financeiros derivado do aumento na valorização da participação na TESS. Sem ter em conta este impacto, o lucro líquido teria crescido 24%, até 138 milhões.

As receitas cresceram 6% e situaram-se em 2,450 milhões de euros, com todas as divisões apresentando aumentos (ATM 25% a mais, Defesa 16% e Minsait 2%), exceto Mobilidade, que se manteve estável.

No negócio de defesa, o faturamento acelerou impulsionado pelo forte crescimento tanto em Espanha como na Europa, principalmente pela forte contribuição do projeto Eurofighter (112 milhões neste semestre contra 84 milhões no primeiro semestre de 2024). Por sua vez, a contribuição para as vendas do projeto FCAS diminuiu 4%, para 132 milhões. Excluindo o impacto deste programa, as vendas da Defesa teriam crescido +26% no primeiro semestre.

«Oportunidades aproveitadas»

As receitas por regiões geográficas apresentaram crescimento na Europa (+10%; 21% das vendas totais), Espanha (+7%; 51% das vendas) e América (+6%; 20% das vendas totais), enquanto diminuíram na AMEA (-6%; 8% das vendas).

As contratações entre janeiro e junho aumentaram 18% em relação ao ano anterior e chegaram a 3,162 milhões, impulsionadas principalmente pelo projeto Eurofighter, o contrato de radares na Alemanha, o projeto de radares Lanza em Omã e pela contribuição inorgânica da Deimos.

A dívida líquida foi reduzida para 4 milhões no final de junho, contra 86 milhões no final do ano passado e 93 milhões em junho de 2024.

A Indra, que reafirmou os seus objetivos financeiros para 2025, encerrou o semestre com 3.542 pessoas, o que representa um aumento de 6% em relação ao mesmo período de 2024.

O presidente do Grupo Indra, Ángel Escribano, destacou que “os resultados do primeiro semestre de 2025 refletem como a empresa está aproveitando as oportunidades de negócio, acelerando projetos e crescendo em ambição. Além disso, são contas que nos permitem avançar e impulsionar o ecossistema industrial espanhol no setor de defesa, espaço e tecnologias avançadas. A solidez da nossa estratégia permite ao Grupo Indra posicionar-se num momento complexo e mutável que exige adaptação e ganho em capacidades e soluções próprias que garantam autonomia estratégica a nível nacional e europeu».

Por sua vez, o diretor executivo, José Vicente de los Mozos, afirmou que «chegados ao meio do nosso Plano Estratégico, reafirmamos o nosso compromisso com a superação de todos os objetivos que estabelecemos para 2026. Aceleramos a implementação do nosso plano industrial com o objetivo de reduzir prazos e garantir a entrega, avançando em direção à autonomia estratégica da Espanha e da Europa. Paralelamente, implementamos um novo modelo organizacional, que nos permitirá acelerar a inovação, fortalecer a nossa presença nos mercados-chave, transversalizar a nossa capacidade tecnológica, desenvolver as nossas capacidades industriais e potencializar todo o nosso talento”.