O consumo de álcool diminui entre os jovens, mas outras dependências, como o cannabis e o uso de ecrãs, aumentam

  • Servimedia
  • 24 Julho 2025

Dados mais recentes de relatórios e estudos revelam mudanças nos padrões de consumo entre os jovens.

Os hábitos de consumo entre os jovens espanhóis estão a mudar e há comportamentos de risco que estão a moderar-se, mas os especialistas indicam que no verão é preciso estar atento ao campo das dependências, porque o aumento do tempo livre e a diminuição das atividades estruturadas podem provocar o início do consumo ou a recaída em tratamentos de recuperação, segundo alertam do projeto Hombre Madrid.

Nesse sentido, os dados mais recentes de relatórios e estudos revelam mudanças nos padrões de consumo entre os jovens. De acordo com o último Relatório Edades 2024 do Ministério da Saúde, o consumo de álcool nos últimos 30 dias na faixa etária entre 15 e 34 anos caiu ligeiramente na última década, de 64,4% registados em 2013 para 63,5% em 2024.

Paralelamente, a percentagem de jovens dessa mesma faixa etária que já experimentou cannabis aumentou significativamente: de 40,2% em 2013 para 47,7% em 2024. Entre os adolescentes de 14 a 18 anos, o relatório Estudes 2023 confirma esta tendência, com a embriaguez a diminuir para 20,8% (de 60,7% em 2012), mas os especialistas apontam que continua a ser fundamental envidar esforços na prevenção do consumo de álcool, que os jovens espanhóis começam por volta dos 16,4 anos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Também são relevantes a incorporação de novos comportamentos de risco, como o vape, que, de acordo com um relatório encomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e desenvolvido pela Universidade de Glasgow, já é mais comum do que o tabagismo entre os jovens.

A estes dados sobre os hábitos dos jovens, acrescenta-se a crescente preocupação com o uso excessivo de ecrãs, telemóveis e redes sociais. Dados do estudo da JAMA sobre o uso viciante de ecrãs relacionam as tendências viciante para redes, telemóveis e jogos com o aparecimento de problemas mentais e possíveis comportamentos suicidas. Por outro lado, um estudo recente promovido pela OMS (Health Behavior in School-aged Children, HBSC) aponta que pelo menos 11% dos menores têm suas vidas substancialmente alteradas por telefones, computadores e consolas, e estima em 32% aqueles que correm o risco de ultrapassar a fronteira para o uso problemático.

O Dr. Jose Luis Rabadán, médico especialista em dependências, indicou que atualmente «as drogas estão a ser utilizadas para se integrar na sociedade e fazem parte do lazer e do tempo livre», daí que o speed, a cocaína ou a marijuana aumentem a sua presença em ambientes recreativos.

Por sua vez, o diretor do Instituto de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital Gregorio Marañón, Celso Arango, alertou para a crescente conexão entre o consumo de drogas e os problemas de saúde mental, porque «há uma relação clara».

Outros especialistas, como a psiquiatra Lucía Gallego, destacaram que «o uso excessivo de telas substitui outras atividades fundamentais para o bem-estar emocional, como o desporto, o jogo, a vida familiar ou o contacto com a natureza. Todo o tempo que se passa em frente a uma tela é tempo que não se investe em relações reais».

No setor das bebidas espirituosas, a mensagem é de tolerância zero com o consumo de álcool por menores. Bosco Torremocha, diretor executivo da Espirituosos España, lembrou que «o objetivo comum é claro: consumo zero por menores. Para isso, há 25 anos que trabalhamos ativamente na prevenção, com mais de 30 milhões de euros investidos em iniciativas de responsabilidade social».

Torremocha salientou que iniciativas como «Menores ni una Gota» (Menores nem uma gota) ou os acordos com câmaras municipais, polícias locais e associações juvenis têm sido elementos-chave para reforçar a mudança de tendência observada na última década, mas alerta para a necessidade de continuar a trabalhar em conjunto para continuar a reforçar a prevenção.

No âmbito da prevenção do abuso de telas, existem várias iniciativas como a «Pantallas Amigas» (Telas Amigas), com o apoio da patronal DigitalES, através das quais são promovidas atividades de formação para promover uma cidadania digital responsável.

Esta entidade patronal defende uma abordagem integral para prevenir o abuso da Internet e dos ecrãs, que inclui estabelecer limites, supervisionar a utilização, fomentar a comunicação, educar sobre segurança online, utilizar ferramentas de controlo parental, priorizar a saúde e promover a utilização responsável das tecnologias.

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