Ministro das Finanças defende “independência” de Álvaro Santos Pereira. “Não tem nenhuma ligação ao PSD”
Joaquim Miranda Sarmento diz que escolha do novo governador do Banco de Portugal foi "concertada" com o primeiro-ministro e garante que independência do BdP “está garantida com Álvaro Santos Pereira”.
O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse esta sexta-feira que a proposta de Álvaro Santos Pereira para novo governador do Banco de Portugal (BdP) foi “concertada” entre si e o primeiro-ministro.
“Álvaro Santos Pereira foi uma escolha do Governo, também minha, aliás, foi concertado entre mim e o senhor primeiro-ministro, é a nossa escolha, é um excelente economista, é um economista com credibilidade internacional, com experiência em gestão de grandes organizações”, disse Miranda Sarmento à chegada ao EurAfrican Fórum 2025, em Cascais.
Em declarações aos jornalistas, o governante assinalou que foi uma escolha a dois, que foi levada a Conselho de Ministros, onde a indigitação foi aprovada.
O ministro das Finanças recordou a experiência de Álvaro Santos Pereira, destacando as passagens pelo governo “talvez no momento mais difícil da democracia portuguesa”, entre 2011 e 2013, durante a intervenção da ‘troika’, e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), onde estava desde 2014.
Miranda Sarmento considerou que a independência do BdP “está garantida com Álvaro Santos Pereira” e disse que não é possível colocá-la em causa.
“Creio que não é possível colocar em causa a sua independência e o professor Álvaro Santos Pereira esteve ao serviço do país, não tem nenhuma ligação ao PSD, e serviu o país durante dois anos, talvez no momento mais difícil da democracia portuguesa”, afirmou, referindo-se aos primeiros anos da intervenção da ‘troika’.
A decisão do Governo foi anunciada na quinta-feira pelo ministro António Leitão Amaro, em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros.
Questionado sobre a sua ausência nesta conferência de imprensa, Joaquim Miranda Sarmento respondeu que “a decisão mais importante” que foi tomada no encontro “foi a grande reforma da legislação laboral”, motivo pelo qual esteve presente a ministra do Trabalho na conferência
Álvaro Santos Pereira foi ministro da Economia e do Emprego de 2011 a 2013, no governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP), e desempenhou até agora as funções de economista-chefe da OCDE.
Quando foi inquirido sobre recusas dadas aquando de sondagens a outros potenciais nomes para o cargo de governador do BdP, Joaquim Miranda Sarmento não respondeu e afastou-se da zona onde estavam os jornalistas, dirigindo-se para o interior do auditório em que decorria o evento no qual discursou.
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