Unicórnio Sword Health investe em Lisboa. CEO apoia Moedas nas autárquicas (mas vota Pizarro no Porto)
O empreendedor Virgílio Bento, mandatário da candidatura do socialista Manuel Pizarro à Câmara do Porto, inaugurou esta terça-feira o novo escritório na capital e anunciou o apoio ao social-democrata.
“Primeiro, estou aqui como o amigo Carlos do Virgílio”. Foi desta forma que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa começou por explicar a sua ligação ao CEO do unicórnio português Sword Health, que apoia Carlos Moedas na recandidatura às próximas eleições autárquicas.
A confirmação de que o empreendedor, que é mandatário da candidatura do socialista Manuel Pizarro à Câmara Municipal do Porto, está ao lado do candidato social-democrata na capital portuguesa foi dada esta terça-feira durante a inauguração do novo escritório da empresa.
“Acho que o que interessa são as pessoas, não são os partidos. E isso ainda é mais verdade nas autárquicas. Neste momento, em que há uma polarização política muito grande, em que o extremismo está a subir ao poder, é importante que pessoas que não estejam ligadas ao aparelho partidário, como eu, que sempre estive de fora, demonstrem seu o apoio e tenham um papel mais ativo”, afirmou o fundador e CEO da Sword Health, em declarações aos jornalistas.
Na opinião de Virgílio Bento, nas eleições para o poder local, é possível apoiar tanto um candidato do PSD como um do PS, enquanto nas legislativas é diferente. No entanto, o voto final que vai deixar nas urnas no próximo dia 12 de outubro é para Manuel Pizarro. “Se votasse em Lisboa votaria Carlos Moedas”, ressalvou ao jornalistas, à margem da abertura do espaço na Rua Braamcamp, uma das principais artérias da cidade de Lisboa.
Carlos Moedas e Virgílio Bento conheceram-se há quase 20 anos em Bruxelas, quando o atual autarca ‘alfacinha’ era comissário para a Ciência e Inovação. Ambos saíram de Portugal nos anos 1990, o primeiro oriundo de Beja e o outro da Guarda. Depressa sentiram uma ligação pelo interesse no empreendedorismo.
“Vi no Virgílio uma pessoa incrível. Tenho a honra em ter sido o comissário europeu que assinou o cheque com o primeiro milhão de euros para a Sword – e o Virgílio nunca se poupou a palavras de agradecimento à União Europeia”, contou o presidente da Câmara de Lisboa, na cerimónia de ‘corte da fita’ do escritório. Olhando para o empresário nortenho, que vê como inspirador, disse-lhe: “Nunca criticaste a União Europeia. Disseste que o financiamento mudou a tua vida e a vida da empresa”.
Sobre a Sword Heath, Carlos Moedas considerou que “veio realmente mudar o paradigma” por ser um exemplo da interconexão entre o físico (fisioterapia) e o digital (software) e da “fusão entre os dois mundos”.
A Sword Health é o 16º unicórnio a entrar formalmente em Lisboa. “Passei quatro anos atrás de unicórnios para terem escritórios em Lisboa”, referiu Carlos Moedas. Certo é que os sete unicórnios de origem portuguesa estão maioritariamente localizados nos Estados Unidos e também no Porto e em Oeiras.
Escritório em Lisboa foi “mais caro do que queria”
O unicórnio Sword Health, que criou um sistema tecnológico para tratamentos de fisioterapia, inaugurou ao final desta manhã o novo escritório em Lisboa, mas o investimento, cujo valor não foi publicado, saiu mais pesado no orçamento do que o CEO desejava.
“Foi mais caro do que eu queria, porque quisemos que o aspeto visual do escritório em Lisboa fosse exatamente igual ao do Porto. Queríamos ter um escritório bom”, referiu Virgílio Bento, em conversa com o ECO.
Lisboa tem um potencial enorme a nível internacional para ser uma cidade líder de inovação e uma cidade verdadeiramente cosmopolita. Temos o privilégio de olhar de fora para dentro. Estrategicamente, faz sentido investir cada vez mais em Lisboa. Agora é o tempo de expandir a massa crítica
O evento contou ainda com a presença do secretário de Estado da Gestão da Saúde, Francisco Rocha Gonçalves, a quem Virgílio Bento deixou a garantia: “Queremos colaborar com o SNS. O problema de Portugal não é único, mas sim um problema global de acesso a cuidados de saúde. Todo o impacto que temos nos Estados Unidos gostávamos de ter em Portugal e nos outros países”.
Para o governante com a pasta da Gestão da Saúde, este é um “investimento para a melhoria dos cuidados de saúde”.
A empresa com sede em Nova Iorque tem mais de 100 vagas de emprego abertas para reforçar as áreas de Inteligência Artificial (IA), tecnologia, produto, operações, entre outras funções. O plano é que Lisboa acolha a maior parte da equipa dedicada a IA para saúde em Portugal, que impacta a atividade global da Sword Health.
A tecnológica especializada em saúde vai ter um regime de trabalho híbrido neste que é o primeiro escritório próprio da empresa em Lisboa, tendo em conta que até então os quase 100 colaboradores que estão na capital trabalhavam a partir de espaços partilhados (coworks). O novo escritório tem 400 metros quadrados.
“Já somos cerca de 100 pessoas a trabalhar na região de Lisboa, e temos notado que, cada vez mais, estas pessoas procuravam o escritório e queriam estar a trabalhar a partir desse espaço. Então, decidimos encontrar um espaço maior, que fosse só para nós. Neste novo escritório, vamos receber qualquer Sword que esteja em Lisboa, por perto ou de passagem, vindo, por exemplo, dos Estados Unidos”, afirmou Chief Technology Officer (CTO) da Sword Health, Jorge Meireles.
“Recrutamos em Portugal, independentemente do lugar onde as pessoas vivem. Temos várias vagas abertas, mas com o novo escritório de Lisboa esperamos aumentar a nossa presença na região. Esperamos que este escritório permita que mais pessoas nos conheçam e nos procurem, e esperamos que este reforço da equipa em Lisboa nos permita colaborar, cada vez mais, com clientes em Portugal”, acrescenta Jorge Meireles.
O unicórnio português tem acordo com mais de 90% das seguradoras privadas que operam em Portugal e prevê, ao longo dos próximos cinco anos, tratar aproximadamente 250 mil portugueses.
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