Governo de Navarra lamenta a retirada do investidor chinês da Mina Muga, mas confia na continuidade do projeto

O Governo de Navarra, presidido pela socialista María Chivite, lamentou nas últimas horas a decisão do grupo chinês China Minmetals de não avançar com o investimento de cerca de 270 milhões de euros no projeto Mina Muga, considerando que se trata de uma «má notícia» para a região.

O conselheiro de Economia e Finanças do Governo de Navarra, José Luis Arasti, sublinhou numa conferência de imprensa que a saída do investidor chinês afeta não só Navarra e Aragão, com o risco de cerca de 1000 empregos potenciais na zona, mas também Espanha e a Europa, devido à elevada dependência das importações deste tipo de minerais, principalmente da Rússia e da Bielorrússia.

Arasti insistiu que esta notícia não implica o fim do projeto e confirmou que a Geoalcali «está a reformular a sua estratégia e a trabalhar com outros possíveis investidores», pelo que o Executivo regional «apoiará e ajudará no que estiver ao seu alcance».

Além disso, ele esclareceu a diferença que existe entre os prazos económicos e judiciais, que muitas vezes «não são os mesmos». Neste caso, «os investidores chineses decidiram que, como não sabem quanto tempo isso vai demorar, vão se retirar».

Arasti concluiu que Mina Muga é um projeto privado e que o papel do Executivo espanhol tem sido puramente institucional, colaborando especialmente na tramitação de licenças.

Por sua vez, a presidente da UPN, Cristina Ibarrola, expressou o seu «profundo mal-estar» pelo fracasso do investimento asiático no projeto e lamentou o impacto negativo na região em termos de emprego e demografia.

O projeto Mina Muga, gerido pela Geoalcali, é considerado estratégico devido à sua localização próxima dos mercados europeus e às suas características técnicas favoráveis.

Após a retirada da China Minmetals, a Geoalcali agradeceu «o interesse demonstrado pela China Minmetals na Mina Muga e mostrou o seu «respeito» pela decisão de não prosseguir com a transação estratégica proposta.

A empresa, que conta com os mais elevados padrões ambientais e o apoio de mais de 14 anos de tramitação, destacou as «lições valiosas» sobre a importância da «colaboração institucional» e sublinhou que continua a trabalhar na procura de «novas oportunidades estratégicas» para gerar «valor sustentável a longo prazo tanto para os seus acionistas como para a comunidade local, a sociedade civil e o conjunto da economia espanhola».

O projeto Mina Muga obteve em 2021 as licenças necessárias do Ministério da Transição Ecológica, do Governo de Aragão e do Executivo de Navarra, mas o Tribunal Superior de Justiça de Navarra anulou em setembro de 2024 a concessão da exploração após um recurso da Ecologistas en Acción, Sustrai Erakuntza e da Plataforma contra as Minas de Potassa em Bal d’Onsella e El Perdón.