Comunicação ESG é essencial nas reestruturações financeiras

  • Servimedia
  • 27 Abril 2022

Um estudo realizado pela AMO Strategic Advisors revela que uma comunicação adequada sobre o desempenho ESG é crucial para uma reestruturação financeira bem sucedida.

O grupo consultivo de comunicação estratégica – AMO Strategic Advisors – realizou uma análise, intitulada “Where real value lies: Communicating on ESG indicators to support a restructuring process”, que revela que uma comunicação adequada sobre o desempenho ESG é crucial para uma reestruturação financeira bem-sucedida, noticia a Servimedia.

A análise dos peritos em comunicação global salienta que “os critérios e classificações dos ESG sensibilizam para o real potencial de um ativo desvalorizado e são cada vez mais relevantes para os intervenientes financeiros na determinação da viabilidade de uma empresa que planeia um refinanciamento”.

Este ano são muitas as empresas que estão a enfrentar reestruturações financeiras e, embora durante anos tenham beneficiado das taxas de juro historicamente baixas e até aumentado o seu capital para lidarem com a pandemia, têm agora de enfrentar critérios ESG mais rigorosos para acederem ao capital, um fator que, de acordo com os peritos, pode ter impacto nos custos associados.

Como fazer uma comunicação ESG eficaz?

Segundo a AMO Strategic Advisors, é importante “identificar o que é importante para o modelo de negócio”, já que cada empresa tem necessidades diferentes: “O impacto da eficiência do combustível nos resultados de uma companhia aérea não é o mesmo nos resultados de um banco de investimento. Em vez de adotarem uma abordagem comum, as empresas devem desenvolver um quadro de pontuação ESG específico, que se concentre nas questões materiais/imateriais que afetam o negócio”.

Este processo envolve a definição de um conjunto personalizado de métricas quantitativas e qualitativas, com um protocolo técnico claro para orientar os objetivos, a aplicação, a compilação e a apresentação de cada métrica contabilística não financeira. Desta forma, a análise assegura que é dada total garantia às partes interessadas.

Depois de terem adquirido uma compreensão do modelo de negócio e dos KPIs, as empresas “devem concentrar-se em desenvolver uma narrativa persuasiva sobre a sua capacidade de gerar valor a longo prazo. Esta narrativa ajudará a convencer e envolver os principais interessados (bancos, credores, fornecedores, recetores) num esforço coletivo para melhorar os KPIs e gerar valor a longo prazo num bem desvalorizado”.

De acordo com a análise do grupo consultivo, “a identificação de um conjunto de princípios essenciais do ESG que sustentam o negócio e são plenamente apoiados pela equipa de gestão garantirá uma comunicação mais dinâmica e consistente, o que pode revelar-se decisivo em termos de viabilidade das opções de financiamento”.

Impactos da guerra e redução de custos de capital

Na mesma análise, ficou ainda evidente para os especialistas que “ao longo do processo de reestruturação, uma implementação e comunicação adequadas podem trazer benefícios em termos da capacidade de atrair novos intervenientes, otimizar os custos e proporcionar benefícios a longo prazo”.

O estudo faz também referência às consequências resultantes da guerra na Ucrânia, que, segundo os peritos em comunicação global, puseram em evidência a sensibilidade das empresas e dos mercados aos riscos ESG. Aliás, um estudo da Escola de Gestão de Yale concluiu que, até 10 de março de 2022, mais de 330 grandes empresas tinham deixado a Rússia. E, por sua vez, os fundos de investimento com elevadas ambições ESG, como o DWS Group, estão a desinvestir ou a suspender os seus investimentos na Rússia.

Vários estudos demonstraram ainda que, em média, uma classificação ESG mais elevada reduz o custo de capital, tanto nos mercados desenvolvidos como emergentes, uma tendência que se mantém para o custo de capital próprio e da dívida.

Há até evidências, no relatório MSCI 2020, de que uma redução no custo de capital entre 35 e 50 pontos base traduz-se num aumento no valor da empresa entre 8% e 12%, o que demonstra que a aplicação de elevados padrões de governação empresarial acaba por conduzir, também, a um baixo risco de incumprimento, o que suporta o custo de capital.

O estudo concluiu, por isso, que “planear, implementar e comunicar o impacto da reestruturação física da sede e das instalações de uma empresa no ESG pode também fornecer elementos de criação de valor a longo prazo e argumentos a favor da adoção de uma visão ESG”.

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