PME

BRANDS' ECO A importância da profissionalização das PME

  • BRANDS' ECO
  • 21 Junho 2022

A profissionalização das PME tem vindo a tornar-se cada vez mais relevante dentro do mercado português. Promover o crescimento, a expansão e o desenvolvimento destas empresas é o principal objetivo.

De acordo com dados publicados pelo INE, em 2020 existiam em Portugal mais de 1 milhão e 300 mil empresas do setor não financeiro, das quais 99,9% eram PME. Além de evidenciarem a grande prevalência de PME em Portugal, estes números acabam por justificar a razão pela qual a profissionalização das PME tem vindo a ganhar cada vez mais importância.

Ainda em 2020, as grandes empresas eram responsáveis por 39% do PIB do país e o volume de negócios das PME representava 61%. As microempresas representavam em número e em volume de negócios 96,1% e 31,5% respetivamente. Por fim, o número de pequenas empresas (43.351) e de médias empresas (7.062) contribuía com um volume de negócios respetivo de 32,9% e 35,6%.

Esta tendência mantém-se e é, por isso, importante conseguir profissionalizar as PME, a fim de lhes trazer o crescimento necessário para possam desenvolver-se e expandir-se dentro do mercado e terem ainda melhores resultados, tanto para a sua indústria como para o PIB do país.

Mas como é que consegue profissionalizar uma PME? E qual a sua importância para o país e empresas? Vitor Santos, Senior Partner da DFK, uma empresa de auditoria e consultoria com larga experiência no trabalho realizado com médias e pequenas empresas, respondeu a estas e outras questões em entrevista ao ECO.

O que é que o termo “profissionalização de PME” significa em concreto?

Uma parte significativa das PME portuguesas e mundiais estão assentes numa estrutura de um número reduzido de sócios, sendo a sua grande maioria de cariz familiar. Estes sócios são tipicamente os fundadores e quem tem a visão do negócio, e embora reconheçam o que em teoria deve ser feito em cada dimensão de gestão da empresa (área financeira, recursos humanos, estratégia, etc.), a verdade é que não conseguem, sem um suporte estruturado, formalizar todas as melhores práticas e atuar em simultâneo nas diversas dimensões. Compete aos fundadores e gestores destas organizações manterem o foco no conhecimento que têm do negócio e da sua visão, mas devem otimizar cada uma destas áreas para que a organização ganhe mais valor e possa crescer de forma sustentável.

Qual a importância de profissionalizar as PME´s?

O nosso portfólio de clientes é representativo do tecido empresarial das pequenas e médias empresas. Na proximidade que mantemos com os clientes e na experiência evidenciada pela prática, percebemos que o crescimento e a sustentabilidade dos negócios, e a consequente evolução no escalão das PME, depende da capacidade e ambição dos donos das empresas, ou dos gestores, na preparação das suas organizações para novos desafios. Este contexto exige investimento e, fundamentalmente, capacidade de partilhar, de delegar e responsabilizar. A profissionalização de um negócio consiste na adoção de metodologias práticas que permitam melhorar o índice de maturidade de gestão da empresa numa procura constante de crescimento com mais e melhores resultados.

E porque é que se fala tanto em profissionalizar PME´s agora?

Em Portugal, as grandes empresas representam 29% do PIB, em Espanha 38% e na Alemanha 50%. Portanto existe uma forte necessidade de termos em Portugal um número maior de grandes empresas. O tecido empresarial de Portugal é composto, na sua quase totalidade, por pequenas e médias empresas, as PME. Segundo dados do INE, relativos a 2020, 99,9% do total de empresas são precisamente PME e, destas, 96,1% são microempresas, 3,3% pequenas empresas e 0,5% médias empresas. Também em 2020, as PME representavam, no total, 61% do PIB e eram responsáveis por 78,7% da taxa de empregabilidade.

Estes indicadores traduzem a importância destas empresas para a economia portuguesa, contudo existem fragilidades que persistem há anos e é, por isso, necessário que as entidades governamentais criem condições para o desenvolvimento saudável das empresas. Nomeadamente através de benefícios fiscais que promovam, por um lado, a capitalização e a sustentabilidade e, por outro, incentivem e promovam ações de capacitação das pessoas (lideranças e quadros) para acelerar o processo de transformação das empresas no sentido da sua evolução nos escalões de dimensão, permitindo assim uma economia mais robusta e mais produtiva.

 

Um dos caminhos a apontar é sem dúvida o caminho da profissionalização da gestão das empresas, para ajudar os empresários das pequenas e médias empresas a crescer de forma sustentável. Um outro caminho passará pela criação de mecanismos que facilitem os processos de consolidação empresarial — fusões, aquisições e reestruturações.

Que ações as PME devem adotar para conseguirem a profissionalização dos seus negócios?

A profissionalização de empresas é um processo que faz parte do desenvolvimento de uma organização atuando para torná-la mais forte, mais competitiva e rentável. É muito comum que um negócio comece com poucas pretensões e expectativas e, por isso, esteja repleto de práticas e políticas que, com o crescimento ou em confronto com uma crise, se mostrem inadequadas para a empresa, ficando esta em risco de desaparecer do mercado. Ainda assim, a profissionalização de empresas é essencial para o crescimento do negócio, na medida em que promove confiança e aporta credibilidade da empresa perante o mercado e perante os credores e também na melhoria da produtividade dos processos e melhor integração dos próprios colaboradores.

Que tipo de prejuízos as PME´s que não fizerem esta profissionalização podem ter?

As consequências de não profissionalizar o negócio é a estagnação do mesmo com tendência para perda de valor ou até mesmo o desaparecimento da empresa no mercado. Respostas como: “Para quê mudar se tudo nos corre bem a fazer as coisas como fazemos agora?”, “Para quê pensar em estratégia se apenas temos tempo para sobreviver?”, “Não tenho recursos, nem humanos nem financeiros, para crescer”, “Os mercados internacionais estão fora do meu alcance”, “Implementar novas práticas de gestão é muito caro e não se aplicam à minha empresa”, “Se crescer vou pagar mais impostos”, “Não tenho tempo para formação”, “Não acredito em planos estratégicos nem em práticas de controlo de gestão são apenas perda de tempo, porque o futuro é imprevisível”. Tudo isto são afirmações que impedem um mindset dos gestores ou fundadores para o caminho da profissionalização dos seus negócios.

Que serviços a DFK oferece que ajudam/facilitam esta profissionalização?

Na área de auditoria da DFK mantemos o objetivo de que a nossa prestação de serviços profissionais confira confiança, rigor e transparência. Esta atitude permite que os nossos clientes melhorem os seus processos de análise e mitigação dos riscos e de divulgação da informação económica e financeira, fatores que facilitam a profissionalização de qualquer negócio. Já na área de consultoria estamos organizados para prestar serviços de consolidação empresarial, fusões, aquisições e reestruturações com o suporte da nossa área fiscal também disponível para os desafios permanentes de otimização fiscal das empresas.

Na consultoria de gestão o nosso foco está na prestação de serviços relacionados com o caminho da profissionalização das empresas. Seja na elaboração de um plano estratégico, na definição e implementação de um modelo de governo, na definição de metas e iniciativas conducentes ao cumprimento das mesmas, na análise e otimização de processos, na implementação de sistemas de controlo de gestão ou na execução de ações de formação para melhorar a maturidade da gestão dos quadros das empresas nossas clientes. Por último, criámos uma área de consultoria para aconselhamento nas oportunidades de investimento e financiamento através de projetos de candidaturas a incentivos decorrentes dos fundos comunitários disponíveis.

Qual o fator de diferenciação da DFK no mercado?

A proximidade que temos conseguido manter com os nossos clientes, a agilidade e capacidade da nossa equipa liderada pelo exemplo, a criação de boas condições de trabalho e a promoção de práticas de qualidade na firma são, na minha opinião, os principais fatores diferenciadores da DFK face a outros concorrentes. Importa destacar que tem sido uma preocupação capacitar as nossas pessoas, nomeadamente na atualização constante no que se refere à evolução da tecnologia e das alterações do ambiente regulatório, no pensamento crítico e no desenvolvimento de competências de comunicação, no conhecimento do setor onde o cliente opera, no desenvolvimento de uma relação de confiança com base na transparência, no profissionalismo e, por último, na capacidade de partilhar recomendações que acrescentem valor aos processos dos clientes.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

A importância da profissionalização das PME

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião