G7 considera combustíveis fósseis como “resposta temporária” aos cortes no gás russo

O G7 considera que o investimento em gás natural liquefeito é uma “resposta necessária à crise atual”, frisando ser apenas "resposta temporária".

Os líderes do G7 estão a ser acusados de retroceder nas metas climáticas depois de, na declaração conjunta divulgada, esta tarde, terem reconhecido a necessidade enfraquecer as promessas de cortar investimento em combustíveis fósseis. Em causa está a crise energética motivada pela guerra na Ucrânia que está a obrigar ao Ocidente a estudar outras fontes de fornecimento energético, numa altura em que a Rússia ameaça cortar o gás ao bloco europeu.

No comunicado divulgado esta terça-feira, no final da reunião, que decorreu na Alemanha entre as sete maiores economias do mundo, o G7 considera que o investimento em gás natural liquefeito (GNL) é uma “resposta necessária à crise atual”, frisando que “perante as circunstâncias excecionais, o investimento com apoio público ao setor de gás pode ser considerado como uma resposta temporária”, consideram, acrescentando ainda que tal só pode acontecer se for de “forma consistente com os objetivos climáticos e sem criar efeitos de aprisionamento”.

A decisão tomada não vai, no entanto, contra a nova promessa de acabar com os investimentos em projetos de combustíveis fósseis, uma vez que existe a exceção de continuar “em circunstâncias limitadas” e “claramente definidas por cada país” desde que sejam “consistentes com um limite de aquecimento de 1,5 °C”, tal como previsto no Acordo de Paris, de 2015.

A posição vai em linha com a decisão de alguns países europeus que, na sequência da redução dos fluxos de gás que partem da Rússia, viram-se obrigados a acionar planos de emergência que, em alguns casos como na Alemanha e na Aústria, visa reativar as centrais a carvão para a produção de energia.

A própria Agência Internacional de Energia (AIE) já alertou ao bloco europeu que se prepare para um corte definitivo do fornecimento de gás russo, apelando a que os governos adotem medidas para reduzir a procura e manterem abertas antigas centrais nucleares.

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