BRANDS' ECO Autarquia do Ano: Alenquer distinguida com o projeto “O Pintar e Cantar dos Reis”
Rui Costa, vice-presidente da Câmara Municipal de Alenquer, explica os contornos do projeto premiado na 3.ª edição do Prémio Autarquia do Ano.
O “Pintar e Cantar dos Reis no concelho de Alenquer” teve o seu reconhecimento nacional, recentemente, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. Agora, na 3.ª edição do Prémio Autarquia do Ano, mereceu novo reconhecimento, tendo ganhado o Prémio Autarquia do Ano, na categoria “Cultura e Património”.
Rui Costa, vice-presidente da Câmara Municipal de Alenquer, explica um pouco melhor os contornos deste projeto, a sua aplicação e o impacto que tive no município.
1. Qual foi a razão primordial que levou à seleção do vosso projeto, que acabou por se tornar vencedor nesta 3ª Edição dos Prémios Autarquia do Ano?Há cerca de 9 anos que o Município de Alenquer, de uma forma muito mais objetiva e pragmática que em tempos idos, se tem preocupado sobremaneira com a preservação e salvaguarda de todo o seu património material e imaterial, assim como de todas as manifestações culturais relacionadas com a cultura popular das suas gentes. Neste contexto, pela particularidade desta sua tradição, o “Pintar e Cantar dos Reis no concelho de Alenquer”, pelo muito recente reconhecimento nacional através da sua inscrição no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial, pela nossa vontade em continuar este trabalho de louvor à nossa população atual que continua a manter viva esta tradição com muitos séculos, ano após ano, decidimos, de entre várias possibilidades, selecionar este projeto e candidatá-lo a este prémio de dimensão nacional.
2. Qual sente que tenha sido o impacto do vosso projeto, a níveis práticos, no seu município e na sua comunidade?Este projeto, ao longo dos últimos oito anos, mas neste de 2021 muito em particular, tem tido um impacto fundamental para a sua sustentabilidade. Em 2014, esta tradição mantinha-se ainda viva em alguns lugares do concelho e era assegurada por pequenos e muito envelhecidos grupos de reiseiros, e todo o trabalho desenvolvido até à data, com vários momentos de reconhecimento local, regional e nacional, vieram trazer esta tradição de novo para a ribalta da atualidade alenquerense e portuguesa, e, por esta via, chamando a atenção dos nossos munícipes, permitiu o aumento de localidades que retomaram a tradição, o aumento significativo do número de elemento de cada grupo de reiseiros, rejuvenescendo-os igualmente muito em termos de idade média.
Hoje, mais do que nunca, está assegurada a preservação desta tradição para as próximas gerações, num trabalho sem fim, a que todos os próximos autarcas também terão de se dedicar de corpo e alma.
3. Considerando os últimos momentos caracterizados pela COVID-19, quais sentem ter sido as melhores estratégias/soluções aplicadas pelo município?Independentemente das dificuldades associadas à pandemia de COVID-19 que todos atravessámos no mundo, e que foram muitas, o Município de Alenquer, à semelhança dos demais, tudo fez em todos os seus domínios de atuação, para estar o mais próximo possível da sua população em cada dia desta crise pandémica mundial. Foram dezenas e dezenas de medidas associadas a um enorme investimento financeiro de milhões de euros para estarmos ao lado da nossa população, em sacrifício claro de muitos trabalhadores que tudo fizeram para dar o seu contributo generalizado ao bem comum. Nesta tradição da nossa cultura popular em particular, felizmente, mesmo com a pandemia, não foram interrompidas as suas manifestações, ainda que tenham ocorrido num contexto muito distinto de anos anteriores. Mas é esta capacidade resiliente e adaptativa do Homem que assegura a sustentabilidade da nossa cultura e identidade, e, neste caso em concreto, quer em 2020, 2021 ou 2022, a noite de Reis em Alenquer foi o habitual momento mágico a que já estamos todos habituados por estas bandas.
4. Quais os principais pontos fortes do projeto submetido ao Prémio Autarquia do Ano que, para si, foram fundamentais?É um trabalho consolidado de vários anos na recuperação deste património cultural e da cultura popular da nossa população. O ponto forte deste projeto, desde o seu início, em 2014, de procurar a salvaguarda desta tradição foi o envolvimento das populações. Ninguém consegue nada sozinho e apenas trabalhando diretamente com os grupos de reiseiros, pintores e cantores, tornou possível atingir os resultados a que chegámos, muito para além daqueles que inicialmente julgámos possível.
As palavras-chave foram, envolvimento, união, partilha, fraternidade, identidade e pertença. Todos juntos, fomos muito mais fortes.
5. Considerando que nos encontramos novamente num formato presencial, acredita que existe algum impacto positivo no trabalho realizado diariamente pelo município? De que maneira?Os Municípios não são mais do que pessoas a trabalhar para as pessoas e, nesta relação entre indivíduos, o “presencial” é fulcral em quase todos os domínios da relação humana. Neste sentido, acreditamos que o trabalho realizado pelo nosso município, agora que estamos quase que outra vez a laborar a 100% no regime presencial, se tornou muito mais humanizado (até porque somos a terra do maior humanista português, Damião de Góis) e daí decorrem muitas mais-valias para a nossa população.
É do diálogo entre as pessoas, muitas vezes ou quase sempre cara a cara, que se conhecem e resolvem muitos problemas, pelo que estamos muito otimistas quanto ao futuro, a partir do momento em que se torna outra vez possível contactar direta e presencialmente com a nossa população num registo diário.
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