UNITA não reconhece resultados provisórios das eleições em Angola

  • ECO
  • 26 Agosto 2022

Líder da UNITA fala em "discrepâncias brutais" entre a contagem da Comissão Nacional Eleitoral e a contagem paralela que o partido montou: "O MPLA não ganhou as eleições". Pede comissão internacional.

A UNITA não reconhece a vitória do MPLA nas eleições angolanas que tiveram lugar no dia 24 de agosto. “Não existe a menor dúvida de que o MPLA não ganhou as eleições de 24 de agosto. O MPLA não ganhou as eleições, pelo que a Unita não reconhece os resultados provisores divulgados pela CNE”, disse o presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, pedindo uma comissão internacional para apurar as contagens.

Falando em “discrepâncias brutais” entre a contagem da Comissão Nacional Eleitoral e a contagem paralela que o partido montou, Costa Júnior desafiou “a CNE a aceitar a estruturação de uma comissão com participação internacional para ser feita a comparação das atas síntese em posse da CNE com as atas síntese em posse dos partidos políticos”, em declarações transmitidas pela CNN Portugal.

Segundo os dados da CNE, quando estavam escrutinados 97,03% dos votos, o MPLA (no poder desde 1975) obteve 3.162.801 votos, menos um milhão que em 2017, assegurando 51,07% dos votos e 124 mandatos, seguindo-se a UNITA com 44,05% e 90 lugares.

“O partido do Estado teima em não compreender que a soberania pertence ao povo. Os partidos políticos e um grupo de pessoas não podem nem devem subverter a vontade do povo expressa nas urnas”, afirmou Adalberto da Costa Júnior em reação, explicando depois que, “para proteger o voto do povo daqueles que ainda não entenderam o conceito de democracia, porque não a praticam”, a UNITA decidiu criar “um sistema de escrutínio paralelo, com base em atas síntese” em sua posse, recebidas legalmente pelos seus delegados de lista.

Adalberto da Costa Júnior deu o exemplo do círculo provincial de Luanda: “Das atas em posse na UNITA, a UNITA teve 1.417.447 votos, que correspondem a 70% dos votos, contrariamente a 1.230.213 votos, que correspondem a 62,59% dos votos, que a CNE atribuiu à UNITA. Constata-se uma diferença de 187.234 votos, a que corresponde no acréscimo de mandatos para a UNITA”.

Segundo disse, e referindo-se a uma “trapalhada da CNE” na contagem dos votos, em três círculos provinciais a UNITA, segundo as contas do partido, teve pelo menos mais três mandatos.

Por outro lado, também apontou para a existência de urnas abertas 48 horas depois do fecho da votação.

“As discrepâncias dos mandatos atribuídos à UNITA pela CNE são brutais, comparadas ao que resultado do escrutínio das atas em nossa posse e, obviamente, em posse da CNE que as produziu e afixou”, disse.

O líder da UNITA apelou a todos os angolanos “para se manterem calmos, serenos e confiantes na direção” do partido.

(Notícia atualizada às 19h25)

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