Montenegro acusa Governo de “crime político e financeiro” na TAP
Líder do PSD considera que o anúncio de privatização da TAP nos próximos 12 meses "não pode passar incólume". "Mas esta gente anda a brincar à governação?", questiona.
O que foi feito na TAP “foi um crime político e financeiro”, afirmou o presidente do PSD, Luís Montenegro, considerando que a vontade do Governo de privatizar a companhia não pode passar incólume. “Aquilo que foi feito na TAP foi um crime político. Foi um crime político e financeiro, que tem custos”, disse Montenegro, que discursava no final da Convenção Autárquica Distrital do PSD de Coimbra, que decorreu hoje em Montemor-o-Velho.
Para o líder social-democrata, os cidadãos devem olhar para este caso “e tirar ilações na perspetiva da gestão de recursos públicos” e das consequências das decisões “que os governantes tomam”. Segundo Luís Montenegro, o processo de renacionalização iniciado pelo primeiro Governo de António Costa deveria estar assente em “decisões estratégicas”. “Diziam-nos que a TAP era estratégica, que a TAP tinha de estar nas mãos do Estado, porque não podíamos deixar de ter uma companhia de bandeira”.
O anúncio do primeiro-ministro de que a privatização da TAP vai avançar nos próximos 12 meses “não pode passar incólume”, vincou. Luís Montenegro recordou que, em 2016, o Governo “herdou uma TAP com a maioria do capital nas mãos de privados” e em processo de privatização, tendo optado depois por seguir pela via da renacionalização.
“Esta decisão não foi imposta por ninguém. Não houve Comissão Europeia que a impusesse. Foi uma escolha em que estas pessoas entendiam que o interesse público iria ser melhor acautelado e servido. Não faço juízo da intenção, mas faço o escrutínio das escolhas”, frisou, asseverando que o Governo optou por renacionalizar a TAP “por vontade própria, por opção estratégica”.
“Depois de terem injetado tanto capital [3,2 mil milhões de euros], afinal já acham que a saída é reprivatizar a TAP? Mas esta gente anda a brincar à governação? Anda a brincar com o nosso dinheiro? Estes três mil milhões serviam, por exemplo, para que não houvesse cortes de pensões durante, pelo menos três anos”, criticou.
Durante a sua intervenção de mais de meia hora, Luís Montenegro criticou ainda o processo de descentralização, o bloqueio à audição de ministros no Parlamento por parte da bancada socialista, ou o adiamento “de decisões estruturantes”.
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