BRANDS' ECO “Na Mastercard o nosso foco são pagamentos seguros, simples e confiáveis”

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  • 2 Novembro 2022

A propósito do Mastercard Innovation Forum, conversámos com Christian Rau, Senior Vice President Crypto and Fintech Enablement Europe da Mastercard, sobre criptomoedas e inovação em Portugal.

Já muito se falou, escreveu e analisou sobre blockchain, criptomoedas e dinheiro digital. Contudo, o futuro destas soluções ainda é incerto, desde logo, do ponto de vista regulatório. Qual será o futuro do dinheiro digital? Como estão as marcas a contribuir para estabilizar a utilização e o acesso e estes meios de pagamento? Aproveitámos a presença em Portugal de Christian Rau para falarmos do presente e de como vê o futuro destas disrupções tecnológicas.

Durante o Mastercard Innovation Forum, referiu a possibilidade de as criptomoedas se tornarem um fenómeno de massa no futuro. Tendo em consideração as dúvidas que ainda persistem em torno das criptomoeadas, como é que acha que isso vai acontecer?

Christian Rau: A minha expectativa é que os Criptoativos, Blockchain e toda a indústria se tornem cada vez mais mainstream. Isto acontecerá assim que houver novas regulamentações que reduzam a incerteza e ofereçam mais proteção ao consumidor, reduzindo as barreiras de entrada. A atitude de maior abertura aos criptoativos por parte das gerações Z e Alpha, que constituem o núcleo da população ativa, será claramente outra das componentes fundamental para que esta difusão aconteça. Além disso, os primeiros NeoBanks, como é o caso do Revolut, também já começaram a oferecer serviços cripto aos clientes. Ou seja, já não é necessário aceder a uma plataforma específica de compra e venda de criptomoedas e os bancos ditos tradicionais também irão, em breve, oferecer este
tipo de serviços fruto de parcerias que vão fazer com fintechs. Empresas financeiras como a Schwab, a Fidelity e a Citadel já lançaram as suas próprias plataformas de intercâmbio, trazendo mais credibilidade para o ecossistema. Além disso, o euro digital vai tornar o CBDC uma realidade em 2026 e, portanto, também conduzirá a um maior conhecimento de outras criptomoedas de valor estável (fiat). Também as compras de NFT estão a tornar-se cada vez menos um nicho. A Mastercard estabeleceu parcerias com players como a Immutable X, a Candy Digital, The Sandbox, Mintable, Spring, Nifty Gateway e com a MoonPay, um fornecedor de infraestrutura Web3, de modo a facilitar a compra de qualquer ativo digital.

Perante a aparente falta de regulamentação em torno das criptomoedas, como é que a Mastercard tem contribuído para a criação de um sistema regulatório com autoridades públicas, bancos, fintechs,…?

Christian Rau: Partilhamos ativamente a nossa visão com todas as partes interessadas no processo regulatório, porque acreditamos que uma regulamentação clara, consistente e proporcional, que apresente igualdade de condições, proteção ao consumidor e uma inovação responsável, cria um ambiente que estimula a inovação sustentável no setor financeiro e de pagamentos digitais, em geral, mas também nas criptomoedas, em particular. Tal como muitos outros players, vemos como muito positiva a clareza reforçada que a MICA e outras iniciativas regulatórias virão trazer.

A aplicação financeira e de criptoativos “hi” fez uma parceria com a Mastercard para anunciar o primeiro cartão de débito fiduciário e criptográfico personalizável por NFT. Como é que isto pode ser um fenómeno global se há velocidades claramente muito diferentes na implementação e aceitação de criptomoedas?

Christian Rau: A inovação pode ser um fenómeno global, mesmo que não progrida ao mesmo ritmo em todo o mundo. A internet, os smartphones, o e-commerce, os carros inteligentes, a Inteligência Artificial ou a banca online, começaram em alguma parte do mundo e depois evoluíram e difundiram-se para outras geografias. Acreditamos que a capacidade de personalizar um bem físico como um cartão de pagamento com um NFT – ou digital, se pensarmos na Apple Pay -, é uma funcionalidade que os consumidores vão gostar. A personalização de cartões não é novidade, mas o facto de a combinarmos com a exclusividade fornecida pelos NFTs é, genuinamente, algo novo e acreditamos que uma geração nativa em tecnologias web3 impulsionará esta adopção.

Uma vez que os portugueses são considerados early adopters no que diz respeito às tecnologias, que impressão tem da situação em Portugal em relação às criptomoedas e NFTs?

Christian Rau: Vemos Portugal numa posição muito boa – Portugal é o quarto país da EU em termos de penetração da Internet ultrarrápida e a penetração dos smartphones é muito elevada. As pessoas estão familiarizadas com o e-commerce e os mais jovens (geração Z e posteriores) têm uma grande abertura para experimentar novas tecnologias. Estas condições são proxies para uma abertura generalizada a novas tecnologias, a qual é por sua vez uma boa proxy para adoção de criptoativos. Lisboa, como cidade vibrante que é, tem vindo a atrair cada vez mais jovens inovadores e empreendedores, o que cria um ambiente muito fértil para a inovação e, por isso, entendo que o governo português também esteja à procura de criar clareza fiscal e regulatória que impulsionará esta adoção.

Quais são as mensagens mais importantes que gostaria de deixar aos portugueses sobre Crypto e NFTs?

Christian Rau: Na Mastercard o nosso foco são pagamentos seguros, simples e confiáveis, que permitam que os consumidores e os comerciantes cooperem estreitamente com os nossos parceiros, como bancos e empresas de tecnologia, num mundo crescentemente digital.
O Blockchain, Cripto e os NFTs são tecnologias interessantes que ainda estão num estágio inicial, especialmente quando falamos de pagamentos. A combinação dos recursos inovadores dessas tecnologias com o nosso forte compromisso com a supervisão regulatória, proteção do consumidor e estabilidade de valor, é algo que nos deixa muito entusiasmados.
Acreditamos no valor inerente das tecnologias subjacentes e vemo-las a desempenhar um papel na forma como os serviços financeiros, pagamentos e serviços bancários vão funcionar no futuro. No final do dia, cabe aos consumidores escolherem adotar soluções que facilitam as suas vidas e criem valor, e o nosso papel é apenas o de viabilizar essa possibilidade com os parceiros do nosso ecossistema.

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