“É muito prematuro pensar em parar a subida das taxas de juro”, diz Jerome Powell

O presidente da Fed revela que está muito confiante em trazer a taxa de inflação para os 2%, mas para isso acontecer é ainda muito cedo para pensar em abrandar a subida das taxas de juro.

O tempo para abrandar o ritmo da subida das taxas poderá ser logo na reunião de dezembro ou fevereiro. Teremos discussões sobre isso na próxima reunião. Ainda não foi tomada qualquer decisão”, refere Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), no decorrer da conferência de imprensa após a Fed ter anunciado mais uma subida de 75 pontos base na taxa de juro do dólar nesta quarta-feira.

No entanto, Powell salienta que ainda “é muito prematuro pensar em parar a subida das taxas de juro” e que, mais importante do que pensar se este é o momento para abrandar a subida da taxa de juro, é perceber “o quão elevado as taxas deverão atingir”, dadas as incertezas que existem hoje na economia.

Além disso, Powell destaca que as taxas de juro atingirão um valor mais elevado do que a Fed esperava em setembro, por conta de novos picos de inflação desde então

Aos jornalistas, Powell voltou a reforçar a ideia de que a Fed está fortemente empenhada em utilizar todos os instrumentos à sua disposição para trazer a taxa de inflação para os 2%. “Sem estabilidade de preços não haverá um mercado de trabalho forte e sustentado”, referiu Powell, sublinhando que “o mercado de trabalho [nos EUA] permanece extremamente constrangido.”

Como parte crucial para atingir a meta dos 2% para a taxa de inflação, o presidente da Fed sublinha a necessidade de “muito provavelmente ser preciso uma política monetária restritiva durante algum tempo”, e lembra que a economia mundial está a passar por um período de grande dificuldade, com “muitos países a sofrerem com um dólar forte.”

Em relação à saúde da economia dos EUA, Powell destacou que “o mercado imobiliário estava extremamente sobreaquecido”, lembrando que agora está a contrair, desde logo porque “a subida das taxas de juro tem um impacto significativo neste mercado”.

Sobre a possibilidade de a maior economia do mundo entrar em recessão, o presidente da Fed refere que “ninguém sabe se vai ou não ocorrer uma recessão e quão severa será”, mas clarifica que apesar da “janela de uma aterragem suave ter-se reduzido”, ainda é possível a economia dos EUA evitar uma situação de recessão.

Nos mercados financeiros, a volatilidade foi rainha durante a última hora: depois de as ações terem registado uma recuperação assim que o comunicado da Fed se tornou público, após a conferência os principais índices acionistas de Wall Street afundam entre 1% e 3%.

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