QSP Summit: Balsemão ataca Google e Facebook
O debate entre produtores e distribuidores de conteúdos esteve animado no painel de debate que marcou o fim do QSP Summit. O CEO da Impresa disparou baterias à Google e ao Facebook.
O encerramento da 11ª edição do QSP Summit fez jus ao mundo dos marketeers. Num painel onde o tema era informação, os produtores de conteúdos e os distribuidores marcaram presença, para uma luta que se previa “feroz”. E Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, que juntamente com Gonçalo Reis, presidente da RTP, alinhava pela equipa dos produtores de conteúdos, não se fez rogado e atacou os distribuidores de conteúdos — a Google –, que também fazia parte do painel através de Bernardo Correia, country manager da empresa em Portugal, — e o Facebook –, por absorverem a fatia de leão das receitas publicitárias. Na equipa de distribuidores de conteúdos alinhava ainda, o CEO da Nos, Miguel Almeida.
Para Balsemão, a solução passa por “uma harmonização de condições para todos e por uma maior transparência fiscal” e “pagamento de direitos de autor”. O CEO da Impresa insistiu que há uma dicotomia entre o que são os media tradicionais e os novo media, e garantiu que “não somos os dinossauros com a carga pejorativa do nome e o contraponto são os cachorros fofinhos da Scottex”. Balsemão lembrou que os “media estão sempre na linha da frente da inovação e das alterações tecnológicas”.
"Sem os nossos conteúdos de qualidade não haveria Google e Facebook, eram umas páginas amarelas com uns gatinhos a tocar piano.”
“Sem os nossos conteúdos de qualidade não haveria Google nem Facebook, eram umas páginas amarelas com uns gatinhos a tocar piano”, criticou, acrescentando que “é preciso dignificar o nosso contexto” de modo a “criar um ecossistema credível para todos”.
Gonçalo Reis apontou também baterias para os distribuidores de conteúdos afirmando que estes serão “mais ricos e mais atrativos se tiverem uma produção de conteúdos com maior qualidade”.
Bernardo Correia, country manager da Google em Portugal, e a quem estavam apontadas as baterias, afirmou concordar com a necessidade de criar “um ecossistema credível e sustentável de apoio à inovação“. E lembrou que a “Google contribuiu com 3,6 milhões de euros para a área da informação através do fundo Digital News Initiative (DNI)”.
Para o country manager da Google, “há grandes ideias em Portugal e a Google tem orgulho de trabalhar com esses players“.
"Vai haver uma disrupção tecnológica e regulatória.”
Miguel Almeida, CEO da NOS, defendeu que “vai haver uma disrupção tecnológica e regulatória”. E lembrou que “sem rede de comunicações não é possível aceder a conteúdos através do telemóvel e televisão”. Miguel Almeida frisou que “há desequilíbrios nos conteúdos mas que nunca tivemos tantos conteúdos como hoje”. Para o presidente da NOS, “os mercados vão ter que se ajustar para criar um modelo ajustado” e, se isso não for possível através do mercado, “terá de ser via regulação”.
E para não destoar, apontou também baterias à Google afirmando que este mostra as notícias que “têm mais visualizações e não as que têm maior qualidade”. O ceo da NOS defendeu que a “curadoria é fundamental desde que obedeça a uma certa regulação, até porque é muito fácil criar notícias falsas”.
Miguel Almeida lembrou ainda que a “informação livre, independente e credível é um pilar da democracia”, para justificar a razão pela qual não se pode dar aos consumidores apenas a informação que querem. “Estou certo que esse não é o caminho”, referiu.
Uma opinião partilhada pelo presidente da RTP que afirmou que “não podemos fazer apenas o que os consumidores mais pedem, no imediato até pode dar resultados, mas a prazo não acrescenta nada e estamos a perder personalidade”.
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