Vista Alegre passa de lucros a prejuízos com custos de energia
O custo do gás foi 16,1 milhões de euros, que compara com os 2,3 milhões de euros do mesmo período de 2021, indica a empresa.
A Vista Alegre registou um prejuízo de 300 mil euros até setembro, contra um lucro de 600 mil euros um ano antes, “impactado pela subida dos custos de energia, combustíveis e matérias-primas”, divulgou o grupo esta quinta-feira.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo Vista Alegre sublinha que os primeiros nove meses do ano “caracterizaram-se por um forte aumento dos custos de energia, combustíveis e matérias primas, consequência do aumento da inflação provocada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia gerando um aumento de incerteza e volatilidade no contexto macroeconómico a nível global”.
No período em análise, “o custo do gás foi 16,1 milhões de euros, que compara com os 2,3 milhões de euros do mesmo período de 2021, um acréscimo de 13,8 milhões de euros penalizando de forma direta o EBITDA [resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] e o resultado operacional da empresa”. Para isso, “contribuiu a forte volatilidade do preço médio do gás tendo atingido no terceiro trimestre o valor mais elevado de sempre, ultrapassando os 300 euros/MWh, o dobro do verificado no primeiro e segundo trimestres” deste ano.
Apesar do ambiente adverso, “a Vista Alegre demonstrou resiliência e adaptabilidade atenuando algum deste impacto negativo, quer com o desenvolvimento ao longo dos últimos anos de um conjunto de investimentos tendentes a melhorar a eficiência dos seus processos, quer através de uma gestão mais eficiente dos consumos e dos meios de produção”, refere a empresa.
Entre janeiro e setembro, o volume de negócios subiu 28,3% para 102,7 milhões de euros e o EBITDA cresceu 1,2% para 14,9 milhões de euros.
O crescimento do volume de negócios foi “suportado principalmente no crescimento das vendas nos segmentos do grés e da porcelana, apesar do crescimento ter sido evidenciado em todos os segmentos de negócio”, refere o grupo, que realça “que o escalar do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, acentuou a pressão inflacionista no principal mercado de exportação da Vista Alegre (Europa), tendo um impacto direto no aumento dos custos de produção nomeadamente o custo da energia, logística e matérias‐primas, penalizando os resultados da empresa”.
A nível internacional, os mercados Brasil e Estados Unidos da América e, na Europa, os Países Baixos, França, Espanha e Alemanha, foram “os maiores contribuidores para as vendas no mercado externo que representaram 75,4% do volume de negócios da Vista Alegre, com 77,5 milhões de euros de vendas”.
Os canais de venda ao público “mantiveram um bom desempenho durante o terceiro trimestre de 2022, alcançando vendas acumuladas de 34,6 milhões de euros, que compara com os 26,4 milhões de euros acumulados do terceiro trimestre de 2021, registando assim um acréscimo de 31%”.
O resultado operacional “foi positivo em 3,0 milhões de euros e o resultado líquido negativo em 0,3 milhões de euros, abaixo do registado no período homólogo (0,6 milhões de euros), impactado pela subida dos custos de energia, combustíveis e matérias-primas”, reforça a empresa. No período em análise, a Vista Alegre reduziu a dívida líquida consolidada “em cerca de 6,5 milhões de euros relativamente a 31 de dezembro de 2021”.
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