António Mota e Gonçalo Moura Martins dão lugar a Carlos Mota Santos na liderança da Mota-Engil

António Mota e Gonçalo Moura Martins renunciam às suas atuais funções como 'chairman' e CEO da Mota-Engil. Carlos Mota Santos será o nome proposto para suceder na nova fase do grupo.

António Mota e Gonçalo Moura Martins vão cessar as funções como ‘chairman’ e presidente executivo da Mota-Engil e já está encontrado o sucessor nesta fase do grupo, agora com um acionista chinês de referência, a China Communications Construction Company (CCCC), além da família Mota. Carlos Mota Santos vai ser o nome proposta à assembleia geral, e acumulará as duas funções. Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a mudança é justificada pela nova fase do grupo. “Após a alteração da estrutura acionista, verificada em 2021, e da aprovação do Plano Estratégico para o período 2022-26 – Building 26 – e de forma totalmente concertada, consensualizada e participada pelos acionistas de referência do grupo, e por impulso dos próprios“, António Mota e Gonçalo Moura Martins decidiram renunciar aos cargos “para dar início a um processo de mudança geracional e de renovação da alta gestão” da Mota-Engil.

Carlos Mota Santos é “membro da terceira geração da Família fundadora e acionista de referência do grupo”, lê-se no comunicado ao mercado. O gestor está há mais de 20 anos em funções na Mota-Engil, “tendo iniciado funções técnicas na empresa após a conclusão da sua licenciatura em engenharia civil”. E é, atualmente, o número dois de Gonçalo Moura Martins, como vice-presidente do grupo e por isso já era o mais forte candidato à sucessão.

Durante este mês de janeiro, haverá uma reunião de conselho de administração para aprovar formalmente as mudanças agora anunciadas para levar a uma assembleia geral de acionistas. “Prevê-se que este processo esteja concluído até final do mês de janeiro de 2023, para que estas alterações organizacionais produzam efeitos a partir do dia 1 de fevereiro de 2023“, acrescenta o comunicado ao mercado.

António Mota era o líder do grupo, iniciou a atividade em 1976 e sucedeu ao pai, Manuel António da Mota, em 1995. Como é referido no comunicado, foi António Mota a liderar a reestruturação do grupo e, particularmente, um momento de viragem, quando ganhou a guerra pelo controlo da Engil. Num grupo de base familiar — as irmãs de António Mota, Maria Manuela Mota, Maria Teresa Mota e Maria Paula Mota, foram sempre decisivas em todos os momentos de transformação da empresa –, a transição na mudança está a ser preparada há anos. Primeiro com Jorge Coelho e depois com Gonçalo Moura Martins.

António Mota e as irmãs no aniversário dos 30 anos da Mota-Engil na bolsa portuguesa.Paula Nunes

O atual presidente executivo, Gonçalo Moura Martins, por seu lado, está à frente da liderança operacional do grupo há dez anos, de 33 anos de história na Mota-Engil. “O grupo quer deixar sentido reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e pela inestimável contribuição para o desenvolvimento e crescimento da Mota-Engil, que, após a mais severa crise no setor em Portugal, continua a ser o seu líder incontornável e um muito relevante player regional em África e na América Latina, bem como líder no setor do negócio do ambiente“, lê-se no comunicado.

Apesar de renunciarem aos cargos de ‘chairman’ e CEO da Mota-Engil, António Mota e Gonçalo Moura Martins vão permanecer no próximo conselho, “doravante numa maior vertente de supervisão e estratégia, como vice-presidentes do Conselho de Administração (…) desde logo dando o seu contributo ao cumprimento do Plano Estratégico Building 26, cujo primeiro ano de aplicação tem sido um sucesso e que deixa antever um muito promissor futuro“.

A Mota-Engil, recorde-se, fechou o primeiro semestre com uma carteira de encomendas de 9,6 mil milhões de euros no primeiro semestre e “vai atingir valores históricos que poderão rondar os 13 mil milhões e 14 mil milhões de euros” no final do ano, anunciou o CEO, Gonçalo Moura Martins, no passado mês de outubro. África representava 51% dos negócios da Mota-Engil, seguida da América Latina (33%). A construtora fechou o primeiro semestre com lucros de 12 milhões.

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