Sobe para 24 mil o número de mortos no sismo na Turquia e Síria
Mais de 24 mil pessoas morreram em consequência do violento sismo que abalou na segunda-feira o sul da Turquia e a Síria, segundo balanços oficiais divulgados hoje.
Mais de 24 mil pessoas morreram em consequência do violento sismo que abalou na segunda-feira o sul da Turquia e a Síria, segundo balanços oficiais divulgados este sábado
De acordo com a Afad, organismo de socorro turco, 20.665 cadáveres foram, até agora, retirados dos escombros na Turquia, e 3.553 corpos foram contabilizados na Síria, indica um balanço também oficial.
Estes números elevam para 24.218 o total de mortos nos dois países atingidos por um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.
Equipas de emergência resgataram nas últimas horas várias pessoas que estiveram soterradas sob escombros, em diferentes cidades da Turquia, durante mais de 120 horas.
Masallah Çiçek, uma mulher de 55 anos, foi resgatada com vida esta madrugada das ruínas do seu apartamento em Diyarbakir, no sudeste da Turquia, 122 horas após o terremoto. A agência de notícias oficial turca Anadolu disse que a mulher estava ferida e foi hospitalizada, enquanto as equipas de resgate continuaram os trabalhos em busca de um outro possível sobrevivente sob os escombros do mesmo prédio.
Outro resgate foi transmitido ao vivo pelos canais de televisão turcos de madrugada, quando uma outra mulher, Violet Tabak, de 70 anos, foi retirada com vida de um prédio desabado em Kahramanmaras, no sul do país, 121 horas após o sismo.
No entanto, as esperanças de encontrar mais sobreviventes vão diminuindo a cada minuto que passa e os trabalhos de resgate já pararam em algumas áreas, com as equipas a começarem a remover os escombros.
A Afad, sob a tutela do Ministério do Interior da Turquia, indicou que cerca de 160 mil membros de equipas de busca e salvamento — incluindo equipas internacionais e ONG — estão a trabalhar nas áreas afetadas.
A equipa portuguesa de 53 elementos enviada para a Turquia já está a operar nas missões de busca e salvamento no país, avançou na sexta-feira o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários e Coordenador de Socorro de Emergência, Martin Griffiths, anunciou uma doação especial de 25 milhões de dólares (23,3 milhões de euros) para reforçar os esforços de socorro na Síria.
Os recursos, provenientes do Fundo Central de Resposta a Emergências das Nações Unidas, vão tentar responder às necessidades mais urgentes das centenas de milhares de pessoas afetadas pelos terremotos, disse a ONU num comunicado. Griffiths está em Gaziantep, no sul da Turquia, e desloca-se no domingo a Aleppo, no noroeste da Síria.
O Governo sírio anunciou na sexta-feira que vai aceitar ajuda internacional que será enviada para zonas controladas por forças rebeldes a partir de áreas sob o seu controlo.
Ajuda e equipas de salvamento ainda não chegaram às pequenas localidades na Turquia
Ajuda e equipas de salvamento concentraram-se nas grandes cidades turcas após o terramoto, mas há um grande número de pequenas localidades onde o apoio ainda não chegou, noticia este sábado a agência de notícias espanhola Efe.
O terramoto que na passada segunda-feira atingiu o sudeste da Turquia, numa área maior do que a superfície de Portugal, provocou um elevado grau de destruição, incluindo infraestruturas básicas, o que torna difícil a distribuição da ajuda.
O diário turco Hurriyet noticia que muitas das estradas que levam a aldeias rurais da região estão fechadas devido à queda de neve, enquanto o mau estado de muitas estradas de montanha, que já era assim antes do terramoto, complica as comunicações.
“Talvez seja insuficiente, mas a ajuda estatal e voluntária chegou às cidades, mas quase nada chegou a milhares de aldeias onde as pessoas lutam para sobreviver”, disse à EFE o médico especialista em emergência Yilmaz Kurt.
Yilmaz Kurt viajou esta semana para a província de Kahramanmaras – onde se situou o epicentro dos terramotos – e instalou sozinho um hospital de campanha na aldeia de Alçiçek, de onde descreveu a situação dramática em muitas pequenas aldeias.
“O maior luxo aqui é uma tenda, que as pessoas montam com tudo o que possam encontrar e põem um fogão dentro”, descreveu o médico, adiantando que o número de mortos nas aldeias mais pequenas pode ser menor porque as construções tradicionais resistem melhor a sismos, mas a situação pós-catástrofe entre os sobreviventes está a piorar de dia para dia devido à falta de apoio externo.
Em muitas localidades, as casas tornaram-se inabitáveis e alternativas como as tendas não chegam, sendo que a falta de água e comida também afeta os animais nestas pequenas aldeias agrícolas. “A maioria dos celeiros desmoronou-se. Embora as autoridades afirmem que não há grandes perdas de animais, a falta de água e de alimentos é um grande problema”, salientou.
O sismo afetou uma população de 13 milhões de habitantes em 10 províncias turcas, onde o acesso à água ainda está cortado ou restrito, na melhor das hipóteses, e há falta de alimentos e o frio também aumenta o risco de epidemias.
Embora mais de 100.000 socorristas e pessoal de emergência trabalhem na área, a sua enorme dimensão, o elevado grau de destruição, os mais de 1.000 tremores secundários registados e o frio complicam os trabalhos de auxílio às vítimas dos sismos.
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