Acabem com o marxismo igualitário
Porque é que se continua a insistir na aplicação de políticas marxistas na educação, na saúde, na habitação, na legislação laboral e em muitas outras áreas?
As políticas marxistas implementadas em Portugal continuam a fazer-nos divergir do nível de desenvolvimento dos países da UE. Os dados de crescimento em 2022 já conhecidos voltam a confirmar esta realidade. Senão vejamos:
1 – Os valores de crescimento de 2022 verificados em Portugal apenas permitiram reduzir o atraso que se registou durante a pandemia (ver gráfico com ponto de partida igual no 4º trimestre de 2019 para Portugal e UE). Esta evolução demonstra a rigidez e o intervencionismo das políticas públicas marxistas, que são um travão constante ao dinamismo da nossa sociedade. Não é apenas o excesso de impostos ou a carga burocrática, é também a incompetência e a incapacidade que elas representam. O seu resultado é que as famílias portuguesas são das poucas que ainda têm os seus rendimentos abaixo do nível pré-pandemia.
Fonte: Eurostat
Poder-se-ia pensar, e os socialistas argumentam deste modo, que o atraso na recuperação económica durante a pandemia se explica pela maior preocupação com os cuidados de saúde e com o bem estar dos portugueses, algo que outros países, supostamente, não teriam. Os factos mostram que morreu mais gente em Portugal face à dimensão da população do que na maioria dos países da UE por causa da pandemia, pelo que não só tivemos atraso económico como os cuidados demonstrados pelo governo confirmam a sua incompetência.
2 – Este atraso no desenvolvimento tem décadas. A tabela mostra o nível de vida dos portugueses em percentagem do nível de vida dos países desenvolvidos, medido pelo PIB per capita calculado pela OCDE em paridades de poder de compra.
Os números não deixam dúvidas a este respeito. No período em que as políticas marxistas igualitárias atingiram o seu auge, a seguir ao 25 de Abril de 1974, foi quando o nível de vida dos portugueses face ao dos países desenvolvidos atingiu o seu mínimo. Após 1985 e o corte substancial, ainda que parcial, com o marxismo, os portugueses beneficiaram de uma rápida melhoria do seu nível de vida. Em 1999, e apesar de nos últimos anos dessa década as políticas marxistas igualitárias terem voltado disfarçadamente, os portugueses beneficiaram de um nível de vida que equivalia a 79% dos britânicos (UK), 59% dos norte-americanos (US) e 85% da média da OCDE, onde se incluem os países da União Europeia.
Desde 1999, com a adesão ao Euro, para o qual Portugal não estava preparado, com o crescente endividamento que esta adesão facilitou e, mais tarde, com o retomar do marxismo igualitário Portugal atrasou-se novamente face a todos os países ricos. A comparação com o Reino Unido é ilustrativa, pois não só os britânicos optaram, juntamente com suecos e dinamarqueses, por não participar no Euro, como saíram da União Europeia, mas os portugueses ficaram ainda mais pobres face aos britânicos.
Fonte: OCDE
3 – A tomada de decisões com base na ideologia marxista ajuda a explicar o crescente atraso de Portugal. A operação de nacionalização da TAP sem qualquer racional que beneficiasse os portugueses é um claro exemplo. Entre 2016 e 2022 o governo socialista colocou pelo menos 3,2 mil milhões de euros para controlar a companhia. Escrevo “pelo menos” porque possivelmente terá sido bastante mais. Mas só o facto de os portugueses não saberem quanto foi já é de si preocupante pela falta de transparência e de fiscalização que revela. Vejamos o que nos mostra a próxima Comissão de Inquérito do Parlamento.
4 – Finalmente, não é só a ideologia, a incapacidade e a falta de vontade de reformar qualquer área que explicam o nosso atraso. É também a incompetência a outros níveis. A tabela mostra as previsões para a inflação no nosso país em 2022 realizadas pelo Banco de Portugal e compara-as com a inflação mensal e anual que se verificava no mês em que foram realizadas. E fala por si. A inflação estava a crescer desde Junho de 2021 e a inflação do mês era significativamente mais elevada do que as previsões. Em português ligeiro, o Banco de Portugal andou sistematicamente “atrás do prejuízo” tentando convencer que a inflação era temporária. Decisões políticas tomadas com base em informação errada não produzem bons resultados. Decisões políticas tomadas com base em preconceitos marxistas e informação errada ainda menos.
Fonte: Banco de Portugal e Eurostat
Dada esta evidência e dado o quanto prejudica os portugueses, a única pergunta possível é porque é que se continua a insistir na aplicação de políticas marxistas na educação, na saúde, na habitação, na legislação laboral e em muitas outras áreas? O marxismo apenas leva ao empobrecimento de todos, como ficou demonstrado nos últimos 100 anos. Enquanto não eliminarmos o marxismo igualitário continuaremos a afastar-nos do nível de vida dos países mais ricos.
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