Insolvências deverão aumentar 19% em Portugal em 2023

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Abril 2023

Seguradora de créditos Allianz Trade prevê aumento das insolvências na Zona Euro em 23%. Para a França e os Países Baixos, as estimativas chegam aos 41% e 52%, respetivamente.

As insolvências de empresas em Portugal devem crescer 19% este ano, antecipa a Allianz Trade no estudo “No rest for the leveraged”. A seguradora de créditos reviu em alta ligeira as projeções para a Zona Euro, calculando agora um aumento de 23% em 2023, com as insolvências em França e nos Países Baixos a subirem significativamente.

Em comunicado enviado esta quinta-feira, a Allianz Trade assinala que, face ao “fim dos confinamentos e da pandemia de Covid-19, os apoios às empresas atribuídos pelos governos um pouco por toda a Zona Euro já terminaram ou estão a chegar ao fim”, pelo que as empresas em vários países enfrentam agora “encargos com empréstimos públicos obtidos durante o período pandémico”.

Esses encargos constituem um “desafio” para muitas companhias, ao qual acresce o facto de que “as ajudas dadas pelos governantes para minimizar a forte escalada dos preços da energia, após o início da guerra na Ucrânia, estão a terminar”, acrescenta.

Segundo os dados da acionista da Companhia de Seguro de Créditos (COSEC), a Alemanha, principal economia da Zona Euro, deverá registar uma subida de 22% das insolvências, enquanto a França, a segunda maior economia entre os países da moeda única, “deverá ver as insolvências de empresas disparar 41% em 2023”. Ainda mais expressiva é a previsão para as insolvências nos Países Baixos, na casa dos 52%, antecipam os especialistas da seguradora de créditos.

Os especialistas da Allianz Trade estimam também que “a procura por bens e serviços deverá continuar em níveis abaixo do necessário para estabilizar as insolvências”, apontando que “as previsões sugerem que a economia mundial registe neste ano um crescimento lento, depois de dois anos de pandemia, que causaram fortes perturbações nas cadeias de abastecimento, e mais de um ano de guerra na Ucrânia que fez disparar preços de matérias-primas e da energia.

Outro fator a considerar no aumento das dificuldades das empresas, notam os analistas da acionista da COSEC, é a “pressão prolongada sob as margens de lucro das empresas” e “dificuldades de financiamento”, que “enfraquecem as almofadas financeiras das empresas do bloco da moeda única” e podem “representar um teste à resiliência das empresas”.

A manutenção dos custos elevados de produção, bem como a recuperação dos salários e os efeitos prolongados do aumento das taxas de juro também são “riscos para as empresas que, conjugados com um enfraquecimento da procura mundial por bens, pode significar uma redução da capacidade das companhias para fazer refletir nos consumidores a subida dos preços”, indica ainda a seguradora de créditos.

Fora da Zona Euro, a Allianz Trade calcula um aumento das insolvências no Reino Unido (16%), EUA (49%) e China (4%). Já as insolvências a nível global — que tiveram uma pequena recuperação em 2022, de 2% –, deverão aumentar 21% em 2023 e 4% em 2024.

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