Mais 1.200 cidadãos europeus retirados esta segunda do Sudão
No domingo houve 11 voos de Estados-membros para retirar cidadãos europeus do país e houve “mais 20” esta segunda-feira.
O chefe da diplomacia europeia anunciou que até ao final do dia desta segunda-feira serão retirados mais 1.200 cidadãos europeus do Sudão, na sequência do conflito entre os militares e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.
Em conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), no Luxemburgo, Josep Borrell anunciou que no domingo houve 11 voos de Estados-membros para retirar cidadãos europeus do país e houve “mais 20 hoje”.
“Haverá mais de 1.200 cidadãos [de Estados-membros da EU] retirados até ao final do dia de hoje”, anunciou o alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros.
As cerca de 100 pessoas retiradas por Espanha do Sudão, incluindo uma portuguesa, chegaram entretanto a Madrid, numa avião militar, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, numa publicação na rede social Twitter. O avião aterrou na base militar de Torrejón de Ardoz, na região de Madrid, por volta das 11:20 locais (10:20 em Lisboa).
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Espanha anunciou no domingo à noite que tinha conseguido retirar por via aérea cerca de uma centena de pessoas do Sudão, incluindo uma portuguesa, no âmbito do movimento de saída de cidadãos estrangeiros e pessoal diplomático do país africano por causa de confrontos violentos há mais de uma semana.
O avião militar espanhol descolou de Cartum pouco antes das 23:00 locais (22:00 em Lisboa) de domingo “com cerca de uma centena de passageiros”, referiu o Governo espanhol num comunicado, e fez uma escala no Djibuti. Além de espanhóis, entre os passageiros há a portuguesa, italianos, polacos, irlandeses, mexicanos, venezuelanos, colombianos e argentinos, bem como sudaneses, detalharam fontes do Ministério da Defesa espanhol.
José Manuel Albares disse, numa entrevista à rádio pública espanhola (RTVE), que esta foi uma “operação extremamente delicada”, por ocorrer no meio de “um conflito bélico”, mas que acabou por decorrer sem incidentes. Segundo o MNE espanhol, o mais complicado foi reagrupar as pessoas que queriam sair do Sudão dentro desta operação e afirmou que no grupo que chegou hoje a Madrid está todo o pessoal diplomático de Espanha no país africano.
“Neste contexto bélico, que esperamos que seja breve, não há relações diplomáticas possíveis”, afirmou. O MNE português, João Gomes Cravinho, disse esta segunda que dos 22 portugueses que se encontravam no Sudão, 21 manifestaram a intenção de sair e apenas um optou por ficar no país africano.
Gomes Cravinho esclareceu que há várias missões de retirada de pessoas do Sudão, dentro das quais estão a sair os cidadãos portugueses. “Não é uma coordenação da União Europeia, há uma coordenação muito próxima, minha e da senhora ministra da Defesa com aliados, muito em particular a França e Espanha”, disse. “Estamos a ver se faz sentido enviar um meio da Força Aérea Portuguesa ou se, pelo contrário, é possível virem com outros aviões de aliados para sítios mais próximos e aí a força aérea ir buscá-los”, acrescentou.
Desde 15 de abril que se registam violentos combates no Sudão, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhan, líder de facto do país desde o golpe de Estado de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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