PSD e BE exigem demissão de Galamba depois das acusações do ex-adjunto
PSD e Bloco de Esquerda dizem que é "gravíssimo" se João Galamba tentou mentir à CPI. Em causa estão notas que o ex-adjunto tirou da reunião secreta com ex-CEO da TAP que o ministro queria omitir.
Depois de o ex-adjunto ter acusado o ministro das Infraestruturas de ter tentado mentir à CPI, os partidos exigem explicações a João Galamba e defendem que o governante fica sem condições para continuar a ocupar o cargo.
Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o líder parlamentar do PSD sublinha que é “inaceitável” o cenário que se soube “pela voz do seu ex-assessor que o ministro quis mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito, omitindo informação relevante”.
Por isso, Joaquim Miranda Sarmento defende que o governante não tem condições para continuar em funções, caso se confirme que quis omitir à CPI sobre a gestão da TAP, informação sobre a reunião secreta entre o grupo parlamentar com a ex-CEO da TAP. “Se isso é assim, não há condições para que continue no Governo”, frisou Miranda Sarmento, considerando que o governante “está politicamente muito diminuído”. O PSD, entretanto, pediu que Frederico Pinheiro seja ouvido com “máxima urgência” na comissão de inquérito à TAP, tal como Chega.
“Esta situação é particularmente grave pois pode significar que há um membro do Governo que deliberadamente tenta ocultar informação à Comissão Parlamentar de Inquérito, com todas as consequências legais que daí advêm”, considera o partido liderado por André Ventura.
Também o Bloco de Esquerda já reagiu ao caso e defende que se se comprovar que o ministro das Infraestruturas tentou omitir à CPI informação sobre a reunião secreta, João Galamba “não pode continuar como ministro”. “É urgente termos respostas para todas estas questões”, afirma Pedro Filipe Soares, deputado do BE, que exige explicações por parte de João Galamba, bem como de António Costa porque “todo este caso é demasiado grave para se deixar que passe na espuma dos dias”.
Em causa estão notas que o ex-adjunto Frederico Pinheiro tirou da reunião secreta entre a ex-CEO da TAP com o grupo parlamentar do PS que o ministro João Galamba queria dizer à CPI que não existiam.
Também o Iniciativa Liberal considera o caso como “gravíssimo” e exige explicações ao ministro Galamba, disse o deputado Bernardo Blanco em declarações à CNN, questionando as razões da exoneração do ajunto tendo em conta que o governante autorizou a reunião secreta entre a ex-CEO da TAP com o grupo parlamentar do PS.
Já antes, o líder dos liberais, Rui Rocha, tinha dito que o adjunto exonerado é um “bode expiatório” e acusou o Governo de atribuir responsabilidades a pessoas de “menor relevância” política. “Aquilo que me parece evidente é que o Governo socialista é incapaz de assumir as suas responsabilidades aos níveis mais relevantes e, portanto, encontra sempre um bode expiatório nestas matérias para crucificar, para tentar com isso alijar as suas responsabilidades”, afirmou Rui Rocha, durante uma visita à Ovibeja.
O PCP, por seu turno, manifestou “perplexidade e indignação” pelo novo caso do dossier que volta fragilizar o Governo. O dirigente comunista Vasco Cardoso, em nota às redações, “exige o apuramento das diversas responsabilidades até às últimas consequências” e insistiu que “este tipo de atuação não pode continuar a ser instrumentalizado para, precisamente, abrir caminho à entrega de mais uma empresa estratégica portuguesa a uma multinacional estrangeira, como alguns pretendem fazer com a TAP”.
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