Comissão de inquérito à TAP aprova audição de Galamba e vai pedir documentos do computador de Frederico Pinheiro

Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP aprovou requerimentos para audição de João Galamba, da sua chefe de gabinete e do seu ex-adjunto, Frederico Pinheiro.

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP aprovou o pedido dos documentos relativos à companhia aérea que se encontram no computador de Frederico Pinheiro, apreendido pelas autoridades policiais. As audições do antigo adjunto do ministro das Infraestruturas e da sua chefe de gabinete tiveram também luz verde dos deputados. João Galamba também será ouvido com “máxima urgência”.

A proposta para ter acesso à informação que consta no computador levado por Frederico Pinheiro do Ministério das Infraestruturas após a sua exoneração partiu de Mariana Mortágua. A deputada do Bloco assinalou que foi referido que “o computador tinha documentos importantíssimos” ao ponto de se recear que fossem acedidos por terceiros, “pedindo que seja enviado o conteúdo desse computador que tenha a ver com a TAP, de forma a aferir se “há nesse computador documentação a que a CPI não teve acesso”.

O requerimento foi aprovado por unanimidade, com o PS a notar as dificuldades operacionais por o computador estar à guarda das autoridades policiais e poder constituir um meio de prova.

Foram também aprovados os pedidos de PSD e Chega para ouvir o antigo adjunto do ministro das Infraestruturas e da chefe de gabinete de João Galamba, Eugénia Correia. Filipe Melo, do Chega, justificou a audição desta última “não pela polémica da bicicleta e do quarto de banho, mas por uma questão documental”.

A audição de João Galamba, com “caráter de urgência”, foi também aprovada pela comissão de inquérito. A presença do ministro das Infraestruturas estava prevista para mais tarde.

Paulo Moniz, do PSD, acusou o Ministério das Infraestruturas de “falhar o envio de mais de uma centena de emails, dizendo que o Governo e o PS “estão a sonegar informação a esta comissão”. O deputado pediu a intervenção do presidente da CPI, o socialista Jorge Seguro Sanches, gerando-se uma troca de argumentos entre ambos.

Jorge Seguro Sanches apelou aos deputados para sempre que detetem a falta de envio de documentos para informarem a mesa da comissão e os serviços. “Não estamos aqui para dizer a conta-gotas o que o Governo tem de enviar. Não somos fiscais a identificar” a informação em falta”, respondeu Paulo Moniz. “O senhor presidente é que tem de garantir junto de quem tem de enviar se enviou tudo”, acrescentou. Após uma troca mais acintosa de argumentos, Jorge Seguro Sanches terminou a repetir o apelo inicial.

Em discussão esteve também um requerimento de Bernardo Blanco, da IL, para receber informação sobre pedidos de alteração de voos na TAP feitos pela Presidência da República. O deputado acedeu a alterar o requerimento para que a informação seja solicitada apenas à agência de viagens envolvida.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias.

(notícia atualizada às 18h50 )

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