Governo e novo CEO da TAP preparam mudanças na gestão

Ramiro Sequeira, administrador da TAP, afirma que está em curso uma reestruturação da comissão executiva da companhia e que, tanto quanto sabe, vai ficar.

Ramiro Sequeira, administrador da TAP, afirmou na comissão parlamentar de inquérito que está em curso uma reestruturação da comissão executiva por iniciativa do novo CEO. Tanto quanto sabe vai manter-se no cargo.

“Atualmente sou chief operating officer e estou na comissão executiva. É conhecida a entrada do novo CEO, Luís Rodrigues. Foi-nos dada a conhecer a intenção de fazer reestruturação da comissão executiva“, afirmou o administrador, acrescentando que decorrem “conversações com o acionista”.

Questionado sobre se sairia do órgão de gestão, respondeu: “Que eu saiba não”, ao contrário do que chegou a ser noticiado, tendo em conta que Mário Chaves, antigo braço direito de Luís Rodrigues na SATA, lidera a Portugália, podendo ascender à comissão executiva da “casa mãe”. Mário Chaves desempenhava as funções de chief operations officer na companhia aérea regional.

Ramiro Sequeira precisou que as conversações sobre a reestruturação da comissão executiva decorrem com os ministérios das Infraestruturas e das Finanças.

O novo CEO e chairman tomou posse a 14 de abril, sucedendo a Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, afastados pelo Governo na sequência do processo de saída da antiga Alexandra Reis com uma indemnização bruta de 500 mil euros.

Processo de privatização ainda não começou oficialmente

O administrador executivo foi questionado sobre o plano de privatização da TAP, afirmando que o mesmo “ainda não começou oficialmente”, tanto quanto é do seu conhecimento.

O deputado Bernardo Blanco questionou o antigo CEO interino sobre o trabalho desenvolvido pela Evercore, a consultora americana contratada pela TAP para preparar o processo. Mais uma vez Ramiro Sequeira disse desconhecer o trabalho desenvolvido por esta. “Pode ser que com a mudança de liderança isso mude ou não. Enquanto estava a engenheira Christine o processo estava centralizado nela e no administrador financeiro”, afirmou.

Sobre um grande número de questões o antigo CEO interino da TAP, entre setembro de 2020 e junho de 2021, disse não estar presente nas decisões ou não ter conhecimento delas, como o processo que levou à saída da antiga administradora Alexandra Reis ou do ex-administrador não executivo Diogo Lacerda Machado.

O deputado da IL questionou ainda Ramiro Sequeira sobre se não teve pressões do Governo, como as sofridas pela ex-CEO. “Não senti pressões políticas”, respondeu, mesmo durante o período crítico da pandemia.

O conhecimento do Estatuto do Gestor Público (EGP) também foi tema. Mariana Mortágua, do BE, quis saber se o administrador executivo conhecia o EGP e que o mesmo se aplicava à TAP. A resposta foi afirmativa. “Não me recordo de termos tido uma reunião sobre todos os items que estão englobados no EGP. Julgo ter havido um email que abordava alguns pontos dessa transição. Mas não me recordo de ter sido uma coisa exaustiva”, disse.

O PS confrontou o gestor com uma email do advogado César Sá Esteves, da SRS Sociedade de advogados, datado de 21 de julho de 2021, sobre o tema das remunerações dos gestores no âmbito do EGP. Ramiro Sequeira disse não se recordar, sendo depois referido que não estava entre os destinatários do email.

Ramiro Sequeira foi acompanhado pela diretora jurídica da TAP, Manuela Simões, e por um advogado que revelou ter sido custeado pelo seguro contratado pela companhia área para os administradores.

(notícia em atualizada às 21h58)

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